14.12.05

De Miranda a Mirandela



  - Vamos amigos, vamos deixar a linda terra de Miranda, aqui marius bate no pescoço do seu companheiro de muitas jornadas e de escritas noutros lugares onde se fizeram amigos que infelizmente se dispersaram. A seu lado, o Podengo português podengo dá latidos de satisfação, como a dizer que está na hora de voltar a caminhos nunca dantes caminhados.

  - Não amigo, por estes mesmos caminhos outros povos caminharam noutras eras. É um eterno volver, muitos caminhos há, sem termos lá estado presentemente, que nos faz parar e pensar, sem deixar que um arrepio nos percorra, que já ali estivemos há muito, muito tempo atrás e, os nossos passos, percorrem caminhos já por nós dantes percorridos.

  Continuando a história de Mirandum, começado no tema anterior, pode-se ouvir em estrofe final:

Que Mirandum iá ié muôrto
Lou bien lo bi anterrar

Ante quatro ouficiales
Que lo iban a lhebar.


  E assim se canta a história de Mirandum, cognome do cavaleiro Domingos Ferreira, herói da terra de Miranda contra os espanhóis e franceses em 1762.

  Duas igrejas de origem românica podemos desfrutar em Duas Igrejas, a matriz de Santa Eufémia e a igreja da Senhora do Monte.

  O ramal do Vale do Sabor ligava Duas Igrejas a Pocinho que por sua vez ligava, em Pocinho, à Linha do Douro. Hoje desactivada, foi na época uma tentativa para o desenvolvimento desta zona do nordeste transmontano: o transporte do minério de ferro das minas de Reboredo e o fim do isolamento da vasta região situada entre Miranda do Douro e Mogadouro. Mas o minério estava muito longe num país de mentalidades pequenas e, assim, depois de muito dinheiro gasto do erário público deu-se por encerrada a linha.



 Como estamos ainda em terras de Mirandum não podia faltar em Duas Igrejas os Pauliteiros, o Rancho Folclórico de Miranda – Duas Igrejas. Este Rancho já se deu a conhecer por esse mundo fora e, por certo, ainda mais se dará a conhecer não só lá fora como aqui em Portugal, pois muito povo há que nunca deve ter visto uma actuação dos Pauliteiros e o seu linguarejar mirandês.

  Em Solhapa, a 3 km, pode-se apreciar uma gruta com vestígios de arte rupestre.

  Marius passa por Malhadas com um esplêndido cruzeiro e mais uma igreja paroquial românica como não podia deixar de ser, … ai Constantino, Constantino, a tua fama já vem de longe. Vai até ao castro Miramolina com a sua atalaia.

  Em Picote, a igreja de Santo Cristo, a barragem e aqui e ali vestígios da Idade Neolítica reportam-nos para um passado sempre presente.



  Finalmente marius pára em Sendim. Vai apreciar o artesanato de mantas, tapetes, alforges, cestos e apreciar a boa gastronomia regional: os doces tradicionais, o fumeiro, os vinhos, o pão caseiro ou mel, entre outras especialidades típicas, fará por certo com que marius permaneça por esta zona até ao próximo voltar da folha do calendário.



  Até lá e para todos aqueles que fazem deste «Rumo ao Sul» um ponto de encontro no conhecimento dos usos e costumes do povo português: