1.10.07

Viseu



  Vai Marius70 a caminho de Viseu. Mais uma vez voltava a Viseu, mas desta vez haviam outras razões que o faziam lá voltar, ver a Feira de S. Mateus, que nunca tinha visto e rever um velho amigo de infância da minha Rua Vereador Prazeres do meu Bairro de S. Paulo em Luanda. Um mero acaso fez com que voltasse a abraçar este grande amigo 40 anos depois. Para ti amigo Flávio um abraço do tamanho de Angola.

Viseu

  A cidade das rotundas. Disseram-me, posteriormente, que devido às rotundas tinham “baixado” os acidentes rodoviários na zona, se assim é, façam-se rotundas de norte a sul do país e evita-se a mortalidade devido aos aceleras que não têm respeito pelos outros.

  A Viseu (aqui nasceu D. Duarte) chamo de cidade jardim. Talvez hajam outras mas passear no Parque da Cidade ou ver outros locais cheios de verde, fazem-me sentir lá bem. Não é por mero acaso que Viseu é chamada de «Cidade do Verde Pinho».


  Cheguei lá na altura do almoço, a meio da semana, e recebi um telefonema desse meu amigo e combinámos o jantar para a Feira de S. Mateus pelas 20h30’.

  Estava um calor intenso e depois de se arranjar hotel, um hotel simpático, onde, pela decoração antiga, fazia-nos transportar para o tempo em que as camas tinham reposteiros, as senhoras usavam saias compridas e corpetes, e os homens “collantes” com as caras polvilhadas de pó de arroz.


  Há que visitar a cidade. Depois do reconhecimento feito do local da Feira de S. Mateus, à que começar pelo Rossio onde se pode admirar o magnífico Painel de Azulejos, o edifício dos Paços do Município, passear no Jardim Tomás Ribeiro e depois sentar-se no Parque Aquilino Ribeiro (um reparo, aqui há uns bancos de jardim tão baixos que depois de sentado os joelhos quase me batiam na cara), onde se encontra a Capela da Sr.ª da Vitória. Ao lado do Parque encontra-se a Igreja dos Terceiros de S. Francisco.

  Ver ruínas romanas dentro da própria cidade, através de um vidro demonstra que Viseu já no passado era um ponto de referência e não é por acaso que Viriato lhes fez frente e só foi vencido pela traição.

  A Sé Catedral e o Museu Grão Vasco, o Cruzeiro, a estátua de D. Duarte, a Igreja da Misericórdia, a Fonte das 3 Bicas fazem parte do roteiro obrigatório de todo o visitante.


  Muito mais há para ver, fica a promessa de lá voltar agora com mais tempo pois o tempo urgia e estava na hora de ir até à Feira de S. Mateus já com um historial de mais de 600 anos (as primeiras referências datam de 1392).

  Inicialmente, pareceu-me que a Feira estava longe de ter a fama que a suporta há já longos anos. Dividia-se em quatro vertentes, diversão, artesanato, comes e bebes e uma área destinada a exposições mobiliários e afins.

  Com uma zona central para espectáculos ao vivo, foi ao cair da noite que a magia saiu com arcos iluminados em tons de azuis e vermelhos, dando então à feira o cariz de que estava à espera.


  - Mário – ouvi junto à zona das exposições. Voltei-me, ali estava o meu amigo Flávio mais a sua simpática esposa, quarenta anos depois. Um abraço, um recordar dos nossos velhos tempos, das nossas corridas de trotinete, da nossa rua dos nossos amigos, dos nossos irmãos.

  Foi bom ver-te Flávio. Até à próxima!