14.6.07

Gastronomia – Arcos de Valdevez





Arcos de ValdevezCozido à Portuguesa, as Papas de Sarrabulho, os Rojões, o Cabrito Assado, a Costela Barrosã, a Lampreia e o Bacalhau à Violeta.


COZIDO À MINHOTA

Ingredientes:

1/2 galinha gorila;
350g de presunto;
350g de carne de vaca (perna);
salpicão;
250 g de orelheira ou focinho filmados;
1 couve tronchuda;
3 cenouras;
5 batatas;
sal;
pimenta.

Para o arroz:

350 gr de arroz;
1 cebola;
1 dl de azeite;
As asas e o pescoço de frango (ou de 1 galinha);
50 g de presunto;
Sal e pimenta.

Preparação:

  Depois de arranjada, introduz-se a galinha numa panela grande com água fria. Junta-se a carne de vaca e a orelheira (ou o focinho). Quando a galinha estiver meio cozida, metem-se na panela o presunto e o salpicão. Meia hora depois juntam-se as cenouras, as couves e as batatas e deixa-se ferver durante mais meia hora. Para servir, coloca-se a galinha e a carne de vaca cortada aos bocados no centro de uma travessa e à volta põe-se a orelheira e o presunto também cortados aos pedaços, o salpicão às rodelas, as cenouras, as batatas e as couves. O arroz pode ser servido no alguidar em que vai ao forno, ou então moldado no centro da travessa e rodeado por todos os ingredientes.

Preparação do arroz:

  Pica-se a cebola e, num alguidar de barro, aloura-se com o azeite, juntam-se as asas e o pescoço do frango e o presunto cortado aos bocadinhos. Deixa-se refogar. Rega-se o refogado com água – o mesmo volume do arroz –, tempera-se com sal e pimenta, deixa-se levantar fervura e junta-se o arroz lavado e bem escorrido. Logo que levantar fervura, introduz-se o recipiente no forno e deixa-se o arroz cozer até ficar seco e solto.

Sobremesas: - Charutos de Ovos, as Cavacas, o Queijo Brandas da Cachena, os Casadinhos Brancos, e os não menos conhecidos Rebuçados dos Arcos.


Charutos de Ovos

Ingredientes:

Açúcar: 250 g
Amêndoa ralada: 250 g
Ovos: 8
Manteiga: Uma colher

Preparação:

  Põe-se o açúcar ao lume com a água necessária até formar o ponto de cabelo. Deita-se, depois, a amêndoa ralada, as 8 gemas com uma colher de sopa de manteiga e uma casca de limão.

  Deixa-se ferver e deita-se numa travessa a arrefecer. Este é o recheio dos charutos.

  Humedecem-se hóstias com clara de ovo e deita-se-lhes o recheio dentro, enrolando-as de modo a formar charutos que se envolvem em açúcar pilé.


9.6.07

Coimbra tem mais encanto!...




  Depois de passar pelo Jardim Botânico criado em 1772 no âmbito do Museu de História Natural instituído pelo Marquês de Pombal na Universidade de Coimbra, desço as escadarias da velha Universidade onde a Cabra – o sino da torre da Universidade – marca o passo à passagem das horas. Pelo Jardim florido do Largo da Portagem vou até à ponte de S. Clara debruço-me sobre o Rio Mondego. Olho em direcção do açude para a zona do Choupal.

  O rio, bonançoso, espraia-se pelas margens onde gaivotas vão debicando o que lhes aparece no leito lodoso. Do meu lado esquerdo o Portugal dos Pequenitos, a Quinta das Lágrimas onde, segundo reza a lenda, era aqui que Pedro e Inês se encontravam em segredo. Conta-se que a existência de um pequeno canal, junto à hoje denominada Fonte dos Amores, servia para transportar as cartas dos dois amantes, mais acima o Mosteiro de Santa Clara-A-Velha.

  Do meu lado direito o bulício da cidade. Sigo pelo Parque do Vale das Flores passo o Estádio Cidade de Coimbra e vou até ao Penedo da Saudade. Miradouro da Cidade de Coimbra (de onde antes se via o Mondego e os arvoredos das suas quintas em redor hoje só se vêem prédios), eis o Parque dos Poetas.

  No Retiro dos Poetas, placas com poemas gravados de alguns dos maiores vultos da literatura portuguesa dedicados aos amores e às saudades de quem parte após o curso acabado.


  Olho demorado a cidade. Imagino como devem ter sido as noites coimbrãs, da boémia, dos namoros dos estudantes e das tricanas. De Hilário com a guitarra a cantar poemas de amor, de sonhos desfeitos, de doutores e engenheiros com canudo e não de uma qualquer UnI, dos fados e baladas de Coimbra tocadas e cantadas por Carlos Paredes, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Luís Goes, Fernando Machado Soares, das Tunas Coimbrãs e penso que se algum dia tive outra vida passei por certo por ser um estudante de Coimbra. Se há fado ou balada que me toca ela é sem dúvida ao som dessas guitarras e vozes para sempre imortais.

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida…