22.2.10

O Castelo de Almourol



Marius dirige-se para aquele Castelo que o fascina. Como referiu no tema anterior, o que levara à sua construção no meio do rio Tejo? Para que fim e qual a sua utilidade, já que seria presa fácil de quem o quisesse tomar? Era só cercá-lo e aguardar que os seus habitantes se rendessem pela fome.


O Castelo de Almourol já em 1129 existia, aquando da conquista da região por D. Afonso Henriques.

Foi entregue aos Templários até a sua expulsão de Portugal. Estudos feitos, já os romanos se tinham por lá fortificados no século I A.C., depois vieram os alanos, visigodos e mouros e o Castelo, todos estes povos viu passar.

Pelas pesquisas que Marius fez, o Castelo teria grande influência no comércio náutico entre Lisboa e outros locais. Talvez um sistema de controlo alfandegário dos abastecimentos de e para Lisboa, na época já um grande porto marítimo, embora a capital fosse Coimbra.

O Castelo de Almourol também tem as suas lendas e esta tem muito a ver como os cristãos conquistaram o Castelo.

Lenda de Almorolon

No longínquo séc. XII, pouco antes da chegada de D. Afonso Henriques e seus cavaleiros ao Tejo, o Castelo de Almourol tinha como senhor um emir árabe, de seu nome Almorolon. Terá sido por causa do seu nobre gesto que o castelo ficou com o nome que tem.

O emir habitava no castelo com a sua filha, uma formosa donzela, que enchia de beleza não só o castelo como toda a paisagem à sua volta.

Mas um dia, tão formosa dama apaixonou-se por um jovem cavaleiro cristão, e cega pela paixão, ensinou-lhe como poderia entrar no castelo, durante a noite, para repetidas visitas amorosas.

Numa dessas noites, o jovem cristão, não foi sozinho, e abriu as portas do castelo para um exército invadir esse bastião dos mouros.

Foi de forma traiçoeira que o castelo foi conquistado.

Mas no final, o amor de pai foi mais forte e perdoou a inconsciência de sua filha. Preferindo a morte ao cativeiro, Almorolon e sua filha, lançaram-se abraçados das muralhas do castelo ao rio.


Marius, vai até junto ao rio. O barqueiro anda por ali tentando levar alguém para dar uma vista de olhos ao Castelo. Mas este estava em obras de restauração e não se podia sentir de perto a história emanada das suas muralhas. Olha para aquele bocado de terra granítica onde sobressai um Castelo dos mais lindos que já viu durante o seu percurso por terras de Portugal .

O rio Tejo bonançoso espelhava toda aquela magnitude no seu leito. O murmúrio das suas águas faziam com que se olhasse para aquelas torres, filtradas pela luz do sol no seu ocaso.

Marius se tivesse que ficar ali ouviria por certo, de noite, a moura encantada, chamando pelo seu cavaleiro amado.

Mas teria que partir, outras terras o aguardavam, olhando para o Castelo que tanto o fascinou, pegou no seu cavalo e partiu rumo a Torres Novas.

Foto: Marius70 Fontes consultadas: Castelo de Almourol