28.4.05
24.4.05
Rumo ao Gerês
Depois de uma noite bem dormida, Marius70 apercebe-se de um linguarejar diferente do que estava habituado. O falares do Alto Minho é variante do português setentrional, com características galegas.
«Im piquiena casa, se come munto se o haubéi» ou ainda «Casa quiero canta caiba e binho canto bieba e tierras cantas bieja»., são provérbios que Marius tem dificuldade em compreender pois perdem-se no tempo as raízes destes falares.
O seu cavalo, impaciente, bate com os cascos no chão
Está pronto para partir.
Cerros altaneiros, apresentam-se agora ao olhar deste cavaleiro que nota o casario irregular das aldeias amorenadas, penedias onde a giesta é rainha, pintando de amarelo, os horizontes vastos. Vai rumo ao Gerês.
As trutas têm no Coura o seu rio de desova, e o vale é um deslumbramento. A caminho de Arcos o rio Vez torna as planuras férteis, viçosos os lameiros e verdejantes os montados, corridos por centos de córregos e de ribeiros. Marius desmonta e do miradouro do alto do monte do Castelo, contempla aquele deslumbrante cenário, onde a paisagem é, a um tempo, vigorosa e subtilmente doce, mas sempre intensa de pitoresco, pintada de cores e inundada de luz. É assim o Minho.
Na encosta da serra brava, do lado nascente, corre o rio Lima. Vários espigueiros sobressaem num campo comunitário da povoação do Soajo. Povoação milenária, cuja fundação terá ocorrido no século I.

Chegara em dia de feira iria aproveitar e experimentar a gastronomia típica da região, um cozido à Minhota. Continuaria no dia seguinte a viagem rumo ao Gerês.
«Im piquiena casa, se come munto se o haubéi» ou ainda «Casa quiero canta caiba e binho canto bieba e tierras cantas bieja»., são provérbios que Marius tem dificuldade em compreender pois perdem-se no tempo as raízes destes falares.
O seu cavalo, impaciente, bate com os cascos no chão
Cerros altaneiros, apresentam-se agora ao olhar deste cavaleiro que nota o casario irregular das aldeias amorenadas, penedias onde a giesta é rainha, pintando de amarelo, os horizontes vastos. Vai rumo ao Gerês.
As trutas têm no Coura o seu rio de desova, e o vale é um deslumbramento. A caminho de Arcos o rio Vez torna as planuras férteis, viçosos os lameiros e verdejantes os montados, corridos por centos de córregos e de ribeiros. Marius desmonta e do miradouro do alto do monte do Castelo, contempla aquele deslumbrante cenário, onde a paisagem é, a um tempo, vigorosa e subtilmente doce, mas sempre intensa de pitoresco, pintada de cores e inundada de luz. É assim o Minho.
Na encosta da serra brava, do lado nascente, corre o rio Lima. Vários espigueiros sobressaem num campo comunitário da povoação do Soajo. Povoação milenária, cuja fundação terá ocorrido no século I.
Chegara em dia de feira iria aproveitar e experimentar a gastronomia típica da região, um cozido à Minhota. Continuaria no dia seguinte a viagem rumo ao Gerês.
20.4.05
Minho
O verde estendia-se perante os seus olhos. Campos sinuosos bordejados por latadas, onde aos renques de árvores se enrolam nos troncos, por vezes, a vinha de enforcado.
Na ramagem das árvores, pássaros emitiam chamamentos para o acasalamento.
Um ar húmido entra-lhe nas narinas trazendo os cheiros dos campos alongados acompanhando as curvas do ribeiro. Por momentos pára a sua montada e perde-se na contemplação daquele vale verdejante. Estava no Minho.
Ao longe, um cão guarda o seu rebanho contra o ataque dos lobos,
O gado apascenta junto às ruínas de uma velha fortaleza onde os meus antepassados romanos tinham estado. Cavalgando lentamente revejo os monumentos megalíticos evocando um passado muito longínquo. «Aldeias fantasmas» aparecem no meu caminho, que não são mais do que palhoças com paredes de pedra solta e tecto de colmo, habitadas quando os rigores do Inverno desaparecem. O gado fica no andar térreo (cujo calor aquece a casa) e um piso (cozinha e quartos) é destinado a habitação.
As batelas, pequenas embarcações, são utilizadas para trabalho nas pesqueiras e açudes das azenhas, na pesca com espinhel (pequenos anzóis presos à mesma linha).
Acompanho o rio Minho em direcção ao mar. À minha frente uma enorme pradaria cercada de azul, a ilha da Boega, enorme tapete verde, e, junto ao cotovelo de Mate, a ilha dos Amores.
Por fim Marius70 desce do seu cavalo, entra numa pousada e delicia-se com uma cabidela de lampreia acompanhada com um verde da região.
Na ramagem das árvores, pássaros emitiam chamamentos para o acasalamento.
Ao longe, um cão guarda o seu rebanho contra o ataque dos lobos,
O gado apascenta junto às ruínas de uma velha fortaleza onde os meus antepassados romanos tinham estado. Cavalgando lentamente revejo os monumentos megalíticos evocando um passado muito longínquo. «Aldeias fantasmas» aparecem no meu caminho, que não são mais do que palhoças com paredes de pedra solta e tecto de colmo, habitadas quando os rigores do Inverno desaparecem. O gado fica no andar térreo (cujo calor aquece a casa) e um piso (cozinha e quartos) é destinado a habitação.
As batelas, pequenas embarcações, são utilizadas para trabalho nas pesqueiras e açudes das azenhas, na pesca com espinhel (pequenos anzóis presos à mesma linha).
Acompanho o rio Minho em direcção ao mar. À minha frente uma enorme pradaria cercada de azul, a ilha da Boega, enorme tapete verde, e, junto ao cotovelo de Mate, a ilha dos Amores.
Por fim Marius70 desce do seu cavalo, entra numa pousada e delicia-se com uma cabidela de lampreia acompanhada com um verde da região.
19.4.05
Rumo ao Sul
O sol desponta em toda a sua plenitude. Depois da tempestade tudo volta à normalidade. Pequenos bandos de pássaros voam procurando insectos que aparecem sempre depois de uma trovoada.

Lá longe ficou o caos, o vazio. Nada mais será como dantes.
Pelas aldeias que vai passando, braços vão acenando num misto de surpresa e de alegria.



Nunca tinham visto tal personagem por aquelas bandas.
Marius70 olha e vê uma casquinha de noz, simples, modesta, mas com vida. Por momentos pensa seguir caminho mas algo lhe diz para permanecer por uns tempos. Desmonta do seu cavalo e, por breves instantes, passa o seu olhar por aquele mercado.
Encaminha-se para o estábulo, retira a sela ao seu cavalo, companheiro de muitas aventuras, escova-lhe o pelo, deixa-lhe água e comida abundante. Sai e dirige-se para a multidão que lhe vai fazer, a partir de agora, companhia!




A feira estava animada. Aqui e ali cruzavam-se pessoas que iam no intuito, umas de comprar gado, outras cerâmicas, outras ainda couves, alhos, e cebolas, num misto de cheiros e de cor. Burros, automóveis, camionetas, uma confusão só possível numa feira estritamente de carácter popular. Ao ver aquela panóplia de pessoas e animais Marius70 faz um regresso ao passado sempre presente. O amor à nossa terra, aos nossos costumes e à nossa gente.
Lá longe ficou o caos, o vazio. Nada mais será como dantes.
Pelas aldeias que vai passando, braços vão acenando num misto de surpresa e de alegria.
Nunca tinham visto tal personagem por aquelas bandas.
Marius70 olha e vê uma casquinha de noz, simples, modesta, mas com vida. Por momentos pensa seguir caminho mas algo lhe diz para permanecer por uns tempos. Desmonta do seu cavalo e, por breves instantes, passa o seu olhar por aquele mercado.
Encaminha-se para o estábulo, retira a sela ao seu cavalo, companheiro de muitas aventuras, escova-lhe o pelo, deixa-lhe água e comida abundante. Sai e dirige-se para a multidão que lhe vai fazer, a partir de agora, companhia!
A feira estava animada. Aqui e ali cruzavam-se pessoas que iam no intuito, umas de comprar gado, outras cerâmicas, outras ainda couves, alhos, e cebolas, num misto de cheiros e de cor. Burros, automóveis, camionetas, uma confusão só possível numa feira estritamente de carácter popular. Ao ver aquela panóplia de pessoas e animais Marius70 faz um regresso ao passado sempre presente. O amor à nossa terra, aos nossos costumes e à nossa gente.
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