25.11.05
6.11.05
Trás-os-Montes - Aldeias Comunitárias
O nordeste transmontano estende-se sob o olhar de marius. Os seus planaltos agregam comunidades rurais estruturadas a partir das unidades de povoamento aglomerado. O cultivo hortícola predomina, mas é nos cursos de água que os lameiros abundam (prados naturais) e, seguindo o olhar, os campos de cereais agrupados em dois sectores para permitirem a alternância do centeio com um ano de pousio pois a terra também se cansa.

Continuando em terras de vida comunitária está a chegar a hora em que uma das manifestações populares se fará sentir., a «Festas dos rapazes».
Estas Festas ocorrem ainda hoje em algumas aldeias do concelho de Bragança entre o Natal e a Epifania, reportam-nos às antigas festas solsticiais, as Bacanais. É o regresso às festas da Antiguidade Pagã. Será um dos poucos elos de ligação que resta, ao cabo de dois milénios de Cristianismo, ao ritual cíclico das festividades agrárias do Solstício do Inverno, em honra do Sol ou da Primavera e de louvor à Mãe-Natureza. A Festas dos rapazes e dos rituais de passagem: a passagem da adolescência à maturidade; ritos só para rapazes, como nas antigas sociedades secretas masculinas, nas quais os jovens, antes de nelas se iniciarem, deviam submeter-se a determinadas provas, mascarando-se em seguida e executando danças violentas para afastar a presença das mulheres. O uso da máscara veio a ser interdito pelo poder político ou religioso mas, adaptou-se às realidades e o que era pagão agora é religioso fazendo parte das celebrações cristãs da Natividade, dos santos primeiros mártires ou dos Reis Magos. O carácter sagrado que antes as festas pagãs possuíam acabaria por se transformar no profano das celebrações actuais como na Festa de S. Estêvão.

A Igreja, como Constantino (imperador romano) o fez, tomou em conta as tradições pagãs, como acontece em Podence, e intervém com um tipo de mascarados. São os «caretos», «chocalheiros», «zangarrões» e «mascarões», que nada mais fazem, do que assustar as criancinhas e as mulheres solteiras. O único intuito é angariar esmolas para a igreja local e ao vozeio dos facanitos: «Vem aí o chocalheiro, vem aí o Diabo» os rapazes mascarados servem às mil maravilhas, os desígnios da “Santa Igreja”.
Marius refreia a montada. Os seus olhos vêm mais um marco da presença milenária dos romanos na Hispânia. Em Gimonde, uma bela e antiga ponte românica sobre o Malasa, canal do rio Igreja, desafia o tempo com os seus arcos redondos e o grande olhal que dava passagem à água para um moinho que existira outrora. As calçadas romanas sentiram o rodado dos carros romanos e o tilintar das lanças das suas legiões.
Segundo a tradição, por ali passou a Rainha Santa Isabel quando foi ao encontro do Rei D. Dinis. Os de Babe dizem que foi por lá que ela passou mas, por um lado ou pelo outro a Rainha tinha que passar, senão ainda hoje estaria à espera do final da discussão e o jovem rei não teria uma rainha como santa.

Marius percorre a estrada a caminho da fronteira espanhola. Vai até Babe, a «Varanda da cidade» que conserva ainda restos da denominação romana como esta lápide funerária onde é perceptível EQVITI AL(ae) II. Babe ficou célebre pelo tratado de Babe, realizado em 26 de Março de 1387, entre D. João I e o Duque de Lencastre onde o nosso rei obrigava o dito Duque a abdicar de quaisquer direitos que pudesse vir a ter sobre a coroa portuguesa devido ao casamento de uma filha deste inglês (D. Filipa de Lencastre) com o Rei.

Rio de Onor é um mundo à parte no ambiente bragançano. O seu dialecto leonês característico, os seus ascentrais usos e costumes, a sua igreja com curiosa fachada central e coberta de folhas de xisto e a coexistência entre Rio de Onor de Baixo em Portugal e Rio de Onor de Cima em Espanha é o suficiente para nos lembrar que as fronteiras só existem no mapa e não entre povos que se querem bem.
Continuando em terras de vida comunitária está a chegar a hora em que uma das manifestações populares se fará sentir., a «Festas dos rapazes».
Estas Festas ocorrem ainda hoje em algumas aldeias do concelho de Bragança entre o Natal e a Epifania, reportam-nos às antigas festas solsticiais, as Bacanais. É o regresso às festas da Antiguidade Pagã. Será um dos poucos elos de ligação que resta, ao cabo de dois milénios de Cristianismo, ao ritual cíclico das festividades agrárias do Solstício do Inverno, em honra do Sol ou da Primavera e de louvor à Mãe-Natureza. A Festas dos rapazes e dos rituais de passagem: a passagem da adolescência à maturidade; ritos só para rapazes, como nas antigas sociedades secretas masculinas, nas quais os jovens, antes de nelas se iniciarem, deviam submeter-se a determinadas provas, mascarando-se em seguida e executando danças violentas para afastar a presença das mulheres. O uso da máscara veio a ser interdito pelo poder político ou religioso mas, adaptou-se às realidades e o que era pagão agora é religioso fazendo parte das celebrações cristãs da Natividade, dos santos primeiros mártires ou dos Reis Magos. O carácter sagrado que antes as festas pagãs possuíam acabaria por se transformar no profano das celebrações actuais como na Festa de S. Estêvão.
A Igreja, como Constantino (imperador romano) o fez, tomou em conta as tradições pagãs, como acontece em Podence, e intervém com um tipo de mascarados. São os «caretos», «chocalheiros», «zangarrões» e «mascarões», que nada mais fazem, do que assustar as criancinhas e as mulheres solteiras. O único intuito é angariar esmolas para a igreja local e ao vozeio dos facanitos: «Vem aí o chocalheiro, vem aí o Diabo» os rapazes mascarados servem às mil maravilhas, os desígnios da “Santa Igreja”.
Marius refreia a montada. Os seus olhos vêm mais um marco da presença milenária dos romanos na Hispânia. Em Gimonde, uma bela e antiga ponte românica sobre o Malasa, canal do rio Igreja, desafia o tempo com os seus arcos redondos e o grande olhal que dava passagem à água para um moinho que existira outrora. As calçadas romanas sentiram o rodado dos carros romanos e o tilintar das lanças das suas legiões.
Segundo a tradição, por ali passou a Rainha Santa Isabel quando foi ao encontro do Rei D. Dinis. Os de Babe dizem que foi por lá que ela passou mas, por um lado ou pelo outro a Rainha tinha que passar, senão ainda hoje estaria à espera do final da discussão e o jovem rei não teria uma rainha como santa.
Marius percorre a estrada a caminho da fronteira espanhola. Vai até Babe, a «Varanda da cidade» que conserva ainda restos da denominação romana como esta lápide funerária onde é perceptível EQVITI AL(ae) II. Babe ficou célebre pelo tratado de Babe, realizado em 26 de Março de 1387, entre D. João I e o Duque de Lencastre onde o nosso rei obrigava o dito Duque a abdicar de quaisquer direitos que pudesse vir a ter sobre a coroa portuguesa devido ao casamento de uma filha deste inglês (D. Filipa de Lencastre) com o Rei.
Rio de Onor é um mundo à parte no ambiente bragançano. O seu dialecto leonês característico, os seus ascentrais usos e costumes, a sua igreja com curiosa fachada central e coberta de folhas de xisto e a coexistência entre Rio de Onor de Baixo em Portugal e Rio de Onor de Cima em Espanha é o suficiente para nos lembrar que as fronteiras só existem no mapa e não entre povos que se querem bem.
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