16.10.08

Quem Passa por Alcobaça...



Quem passa, por Alcobaça
Não passa sem lá voltar
Por mais que tente e que faça
É lembrança que não passa
Porque não pode passar


  Durante anos, em Luanda, ouviu Marius esta canção na voz de Maria de Lurdes Resende. Fui a Alcobaça, voltei a Alcobaça, mas ou é porque a minha forma de ver as cidades e as serras mudou ou Alcobaça já não é o que era.

  Da primeira vez que lá fui senti uma vila viva, movimentada, com artesanato de rua, camionetas de gente sem fim, paradas ao pé do Mercado, em tons de festa, de romaria. Voltei de novo lá, a vila já cidade, parece adormecida, não se vê vivalma pelas suas ruas, a não serem os turistas junto ao Mosteiro, tudo o resto parece deserto. Terei escolhido mal a altura de lá voltar? Talvez!!! Mas como diz e bem a letra da canção, é lembrança que não passa e quem sabe se de novo lá irei voltar.

  Alcobaça começou a ser um castelo árabe, hoje arruinado dele só resta a miragem de um outrora belo castelo.



  Das suas ruínas tem-se uma bela vista sobre a cidade, o Mosteiro e campos adjacentes.

  Alcobaça cresceu no vale do Alcoa e Baça. Os seus rios atravessam a cidade, e se outrora foram rios hoje não passam de riachos. É uma cidade airosa, tendo seu comércio sido quase confinado à área do Mosteiro que apresenta um lugar agradável para passeio e desfrutar dessa obra magnífica de estilo gótico, a primeira a ser construída em território português.

  O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, é uma das Sete Maravilhas de Portugal. Está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional desde 1910.



  Abandonado pelos monges em 1833, o Mosteiro é um dos pontos de atracção turística da cidade. Os seus claustros, a sua fonte, o panteão, as suas gárgulas e os túmulos de D. Pedro I e Dª Inês que, com os pés virados um para o outro, esperam pelo dia do Juízo Final para de novo se levantarem e ficarem frente a frente.

  Os noivos, quando se casam, têm o costume de passarem pelos túmulos a fim de fazerem uma jura de amor eterno, esquecendo que Dª Inês não era esposa mas sim amante do Rei D. Pedro, ver Alcovas Reais I e Alcovas Reais II.



  Alcobaça desde os tempos remotos foi ocupada não só por agricultores pastores que ocuparam as grutas do Carvalhal de Aljubarrota, como pelos povos invasores, Fenícios, Gregos, Cartagineses, os inevitáveis Romanos, os Visigodos e Muçulmanos. Um dia D. Afonso Henriques resolveu vir lá de cima do Condado Portucalense e expulsou-os em 1148.

Quem passa por Alcobaça
Não passa sem lá voltar...


Fotos: marius70 e wikipedia

Fontes consultadas: Município de Alcobaça


24.7.08

Correr Peniche



  De volta a Peniche, Marius relembra as vezes que aí esteve correndo as ruas da cidade à luz das fogueiras.
  Anos depois volta a sentir o convívio à volta da sardinha assada, da pinga bem tirada, do ar festivo que milhares de forasteiros deram à «Corrida das Fogueiras» e «Fogueirinhas».
  Marius corre não por mais uma camisola ou uma medalha mas sim pelo simples prazer de participar pois medalhas tem muitas dentro de uma caixa de cartão. Pena é que muitos não percebam que o facto do dedo grande do pé mexer é mais importante que os vários sacos que conseguem “surrupiar” às organizações. Mas isso são outras histórias, falemos agora de Peniche.


  Peniche tem vestígios pré-históricos nas grutas da Malgasta, Lapa Furada, Cova da Moura (situadas na zona Sudoeste do concelho, no Planalto das Cesaredas) e Gruta da Furninha estas do Paleolítico Médio, que demonstram bem a ocupação desta zona ribeirinha pelas comunidades humanas.

  61 a. C. – Júlio César derrota um grupo de lusitanos que se refugiara numa ilha junto à costa, território possivelmente correspondente à ilha de Peniche.

  Desde então os romanos fizeram sentir a sua presença através do cultivo das férteis terras aluviais contíguas ao Rio de S. Domingos e à Ribeira de Ferrel e na exploração de recursos estuarinos e marinhos.

  No Morraçal da Ajuda foi descoberto um complexo oleiro que teria como principal ocupação a produção de ânforas destinadas ao envase de preparados de peixe.

  Nas Ilhas Berlengas foram descobertas cepos de âncora em chumbo e várias ânforas que significa que nelas se abrigavam as embarcações romanas.


  Peniche era dependente de Atouguia da Baleia outrora Vila muito importante. Curiosa é concessão em 1947 e em 1503 por El-Rei D. Manuel de os penichenses terem a possibilidade de possuírem carniçaria e carniceiro, não sendo obrigados a ir comprar a Atouguia da Baleia a carne que necessitavam, de cortarem a lenha de que as suas casas tivessem necessidade e a possibilidade de semearem a zona do reguengo entre os lugares velho (Gamboa) e novo (Ribeira).

  Foi fortificada em tempos do rei D. João III por volta do século XVI, em 1640 transforma-se em praça-forte. Em 1934, passa a funcionar como prisão política do Estado Novo até Abril de 1974. Hoje o Forte é o Museu Municipal que vale a pena visitar pela história que este Forte encerra desde o material arqueológico, histórico e etnográfico, à espectacular fuga protagonizada por Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues em 3 de Janeiro de 1960.


  Marius deambula pela cidade. A zona portuária em obras indicia novas condições para os pescadores.


  No jardim da cidade, a estátua da rendilheira domina. As rendas (medalha de prata em 1851 e 1861 em Paris, Londres e Porto), já a minha mãe poveira as fazia e é também uma tradição dos vilacondenses, estão à venda num local onde raparigas aprendem a trabalhar com os bilros.


  Uma cidade bonita, onde os restaurantes na Avenida do Mar têm muita diversidade de peixe e marisco e a caldeirada é de chorar por mais.


  Foi difícil arranjar lugar para a pernoita, sinal que os forasteiros eram muitos, mas ali estava a D. Lurdes, nazarena de gema, com um cartão a “oferecer” local para uma noite bem dormida. De todos os locais posteriormente visitados, foi a melhor noite passada.

  Sobre os tais “amigos de Peniche”. Não são os penichenses que são esses tais amigos da onça, mas sim os ingleses que quando lhes foi pedido ajuda contra a invasão dos Filipes de Espanha, desembarcaram em Peniche. Chegada a Lisboa a notícia do desembarque, foi espalhada a novidade entre os partidários, e a segredar-se num anseio de esperança: “vêm aí os nossos amigos… vêm aí os nossos amigos de Peniche…”

  Mas os ingleses durante o percurso até Lisboa nada mais fizeram que pilhar as povoações que lhes apareceram pelo caminho. Chegados a Lisboa foram recebidos a fogo de artilharia dos castelhanos e, assim, os tais "amigos" de Peniche lá foram de orelha murcha para Inglaterra e Portugal foi dominado pela Espanha até que D. João IV, no 1º de Dezembro de 1640, voltou a colocar o país sobre a bandeira portuguesa.

  Uma visita ao Cabo Carvoeiro ver a Nau dos Corvos, ex-libris de Peniche, faz com que a vontade de a visitar seja uma constante.


  Uma passagem pela praia do Baleal e com a promessa de voltar a Peniche, Marius segue a caminho da Nazaré!


Fotos: marius70

Fontes consultadas: Município de Peniche

... E observação directa

14.7.08

Por Terras Alentejanas



  Marius, através da janela visualiza um dia cinzento. A chuva cai de mansinho, não se vêem carros, não se vê vida. Tudo permanece nos seus lares, vendo, como eu, a chuva a cair.

Lagoa de Sto André


  Tantas vezes referido como local aprazível, logo teria que calhar num dia não a visita a este local. Um dia cinzento como foi o Verão passado, foi ver e quase partir. Como a fama gastronómica indica uma boa caldeirada lá Marius quis fazer uma vontade mas os preços astronómicos de alguns Restaurantes fizeram-no desistir da ideia. Em Portugal tenta-se, como a formiga, ganhar no Verão para descansar no Inverno, mas os portugueses não são “bifes” e assim fiquem lá com a caldeirada que em Peniche também se come caldeirada e não àqueles preços.

  Mas lá almoçou num Restaurante no Hotel Al Tarik e ala a caminho de Santiago do Cacém.

  Em Santiago do Cacém, Marius procurava as ruínas romanas de Miróbriga (tema já colocado no Império Romano). Mas, em antes de rumar ao passado, fez questão de subir ao Castelo e desfrutar das vistas sobre a cidade.

  Uma tenda medieval à entrada do Castelo, e uma exposição «No Caminho sob as Estrelas», uma referência à peregrinação a Sant’iago de Compostela, aguardavam-no numa subida íngreme que o “cavalo” de Marius já cansado de tantas estradas, montes e vales percorridos teve dificuldade em lá chegar.

A história de Sant’iago é deveras singular. Pelos vistos, era um dos discípulos de Jesus que até terá passado pela terra de Marius, Póvoa de Varzim. Segundo outras tradições, Santiago aparecia aos cristãos nas batalhas travadas em Espanha contra os mouros daí ter sido apelidado de "Matamoros" (Mata-mouros). Como isto de religião cada um puxa para o seu lado, é sinal que os cristãos não consideravam os mouros filhos do mesmo Deus e vice-versa. E esta luta irá continuar até que no fim só restem um mouro e um cristão. Aí Deus irá escolher um deles para assistir ao fim da Humanidade.

  Uma visita ao Castelo, com as bandeiras desfraldadas e, pela primeira vez, Marius viu um cemitério dentro de um castelo.


  Depois da visita a Miróbriga,que Marius recomenda, há que rumar até ao Algarve. Aberto o mapa, o caminho mais curto pareceu ser o virar à esquerda, mas não era.

  Uma paisagem com árvores frondosas a ladear o caminho. Aqui e ali, lá aparecia uma alma perdida naquela estrada, e Marius sem saber onde estava. Os km corriam e localidades nenhumas. Até que, por fim, lá apareceu uma placa dizendo Alvalade, ufff!... Já não era sem tempo.

  Um desvio e aparece a terra onde romanos já por lá tinham andado tendo deixado o seu legado como várias escavações arqueológicas o demonstram, a estrada romana que atravessava a freguesia de Alvalade, e que estabelecia a ligação entre Miróbriga e Pax Iulia (Beja), assim como a ponte, já muito alterada, situada sobre o antigo leito da Ribeira de Campilhas.

  Paragem em frente à Igreja da Misericórdia e uma visita ao Centro Histórico. Entrar na Igreja Matriz, onde é proibido tirar fotografias, engalanada, ver no altar a imagem de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira, padroeira de Alvalade, um olhar demorado sobre os campos e a ponte romana e como Marius ainda tinha muitos km pela frente, ala que se faz tarde.


  A promessa à amiga Bitu que, para a próxima, Marius irá ver com mais vagar a sua terra.

16.12.07

Gastronomia - Ponte da Barca




Verde e baixos vales, alta serra
Duras, e solitárias penedias
Correntes águas, frescas fontes frias
Testemunhas do mal que em mim s´encerra.


Ponte da Barca Lampreia à Pescador e à Bordalesa, Papas de Sarrabulho, Presunto e boroa de milho, Chanfana de Cabra à moda de Germil, Cabrito da Ermida, Costeleta Barrosã, sopas de leite e rabanadas de mel


Lampreia à Bordalesa

Ingredientes para 6 Pessoas:

  2 Lampreias de tamanho médio; 4 dl de Vinagre tinto; 4 dl de Vinho verde tinto; 8 dentes de Alho; 0,5 kg de Cebola; 1,5 dl de Azeite; 0,5 kg de Arroz; Pão seco qb; Salsa qb; Piri-piri qb; Sal qb; Água qb.

Modo de Preparação:

● Arranja-se a Lampreia e tira-se a tripa. ● Corta-se às postas de 4,5 cm. ● Faz-se uma marinada com o sangue da Lampreia, Vinagre, Vinho, Alho picado, Salsa picada, Sal, Piri-piri a gosto e adiciona-se a Lampreia cortada às postas. ● Fica a marinar durante cerca de uma hora. ● Pica-se a Cebola muito fina para um tacho, rega-se com um fio de Azeite e deixa-se alourar. ● Adiciona-se a Lampreia, juntamente com a marinada, à Cebola refogada e deixa-se estufar até ficar apurada. ● Junta-se água a ferver à medida que vai sendo necessário. ● Rectificam-se os temperos. ● Acompanha com Arroz seco e pão torrado às fatias


Rabanadas de Mel

  Cortam-se as fatias de pão de trigo, que se deixou endurecer, com dois centímetros de espessura.

  Numa panela, põe-se a ferver leite, água, canela, casca de limão, mel, açúcar e noz de manteiga fresca. Em travessa funda, põe-se o pão a demolhar bem, na calda quente. Escorre-se levemente e passa-se por ovos batidos. Frita-se em azeite fino. Tiradas as rabanadas bem loiras, ficam algum tempo a escorrer e servem-se polvilhadas com açúcar e canela.

  Para acompanhar as rabanadas, faz-se um molho com água, vinho do Porto, mel, açúcar amarelo, canela e laranja fresca. Vai tudo a ferver até ficar um xarope grosso e, com ele, quem quiser e gostar, regar as rabanadas. É servido à parte.


1.10.07

Viseu



  Vai Marius70 a caminho de Viseu. Mais uma vez voltava a Viseu, mas desta vez haviam outras razões que o faziam lá voltar, ver a Feira de S. Mateus, que nunca tinha visto e rever um velho amigo de infância da minha Rua Vereador Prazeres do meu Bairro de S. Paulo em Luanda. Um mero acaso fez com que voltasse a abraçar este grande amigo 40 anos depois. Para ti amigo Flávio um abraço do tamanho de Angola.

Viseu

  A cidade das rotundas. Disseram-me, posteriormente, que devido às rotundas tinham “baixado” os acidentes rodoviários na zona, se assim é, façam-se rotundas de norte a sul do país e evita-se a mortalidade devido aos aceleras que não têm respeito pelos outros.

  A Viseu (aqui nasceu D. Duarte) chamo de cidade jardim. Talvez hajam outras mas passear no Parque da Cidade ou ver outros locais cheios de verde, fazem-me sentir lá bem. Não é por mero acaso que Viseu é chamada de «Cidade do Verde Pinho».


  Cheguei lá na altura do almoço, a meio da semana, e recebi um telefonema desse meu amigo e combinámos o jantar para a Feira de S. Mateus pelas 20h30’.

  Estava um calor intenso e depois de se arranjar hotel, um hotel simpático, onde, pela decoração antiga, fazia-nos transportar para o tempo em que as camas tinham reposteiros, as senhoras usavam saias compridas e corpetes, e os homens “collantes” com as caras polvilhadas de pó de arroz.


  Há que visitar a cidade. Depois do reconhecimento feito do local da Feira de S. Mateus, à que começar pelo Rossio onde se pode admirar o magnífico Painel de Azulejos, o edifício dos Paços do Município, passear no Jardim Tomás Ribeiro e depois sentar-se no Parque Aquilino Ribeiro (um reparo, aqui há uns bancos de jardim tão baixos que depois de sentado os joelhos quase me batiam na cara), onde se encontra a Capela da Sr.ª da Vitória. Ao lado do Parque encontra-se a Igreja dos Terceiros de S. Francisco.

  Ver ruínas romanas dentro da própria cidade, através de um vidro demonstra que Viseu já no passado era um ponto de referência e não é por acaso que Viriato lhes fez frente e só foi vencido pela traição.

  A Sé Catedral e o Museu Grão Vasco, o Cruzeiro, a estátua de D. Duarte, a Igreja da Misericórdia, a Fonte das 3 Bicas fazem parte do roteiro obrigatório de todo o visitante.


  Muito mais há para ver, fica a promessa de lá voltar agora com mais tempo pois o tempo urgia e estava na hora de ir até à Feira de S. Mateus já com um historial de mais de 600 anos (as primeiras referências datam de 1392).

  Inicialmente, pareceu-me que a Feira estava longe de ter a fama que a suporta há já longos anos. Dividia-se em quatro vertentes, diversão, artesanato, comes e bebes e uma área destinada a exposições mobiliários e afins.

  Com uma zona central para espectáculos ao vivo, foi ao cair da noite que a magia saiu com arcos iluminados em tons de azuis e vermelhos, dando então à feira o cariz de que estava à espera.


  - Mário – ouvi junto à zona das exposições. Voltei-me, ali estava o meu amigo Flávio mais a sua simpática esposa, quarenta anos depois. Um abraço, um recordar dos nossos velhos tempos, das nossas corridas de trotinete, da nossa rua dos nossos amigos, dos nossos irmãos.

  Foi bom ver-te Flávio. Até à próxima!

9.7.07

De Sul a Sul...



  Do céu água caía e perspectivas de dias melhores não estavam previstas num horizonte recente.

  Desta vez a viagem seria directa, sem outras paragens que não fosse um ligeiro repouso em áreas de serviço.

  Cada vez mais se nota a diferença climática de ano para ano.

  O local de férias encontrava-se estranhamente deserto comparado a anos anteriores, pudera com o tempo que se fazia sentir só as gaivotas é que se afoitavam em voos para estas paragens, gaivotas e eu, bom, também não era o único que lá estava, haviam mais uns heróis que se calhar não puderam alterar as férias e lá tiveram que gramar o mau tempo.

  Lagos, continua a ser para mim uma cidade sempre a rever. Gosto de estar na marginal, vendo os barcos a sair e entrar na Marina, e quando os mastros dos barcos são altos eis que a ponte se abre para deixar os barcos passar. Foi de Lagos que partiu D. Sebastião para a derradeira viagem até Alcácer-Quibir.

  Hoje resta a lembrança da estátua de Cargaleiro, do Rei menino, nas Portas de Portugal.

  Buganvílias dão às ruas um colorido especial, e uma visita às Igrejas com as suas belas talhas, assim como o nicho dedicado a S. Gonçalo, padroeiro de Lagos no Arco com o mesmo nome, é de visita obrigatória.


  Em Alvor, os barcos encontravam-se serenos na sua Ria enquanto o tempo continuava cinzento. Três dias de praia em duas semanas e, por duas vezes, a praia foi interrompida devido ao tempo agreste.


  Portimão para visitar e comer os gelados de sabor na gelataria «Coromoto» junto ao Mercado Municipal.

  Ver «O Mundo de Areia» em Algoz/Pêra é um espectáculo. Este ano está simplesmente fantástico e pode-se ir de tarde e à noite com tudo iluminado com o mesmo bilhete. A não perder.

  Uma subida até ao Pico da Picota, em Monchique, a 774 metros. Subir aquilo de carro é uma aventura, estrada estreita quase não permite o cruzar com outro carro e se de um lado é encosta do outro é precipício. Há alturas que os nossos carros se transformam em burros e desta vez tive essa sensação. Mas o Pico foi vencido.


  No regresso uma ida até Marmelete. Casas brancas, pomares, hortenses, medronheiros e a Igreja fazem o encanto de Marmelete. Uma sandes de presunto comido num café no caminho foi quase um jantar.


  Quarteira para uma visita de saudade pois foi para lá a minha primeira ida para os Algarves. Uma ida até às ruas e casa onde estive há muitos anos atrás e fora um ou outro pormenor está tudo na mesma excepto a Marginal que sofreu alterações profundas.

  Alcoutim. Foi uma agradável surpresa. O castelo, as casas, as laranjeiras, o rio Guadiana (obrigado Bitu) com Espanha à vista. No cais uma lápide, dedicada aos contrabandistas, onde está uma quadra cantada por esse cantor que é o Che Guevara da canção, Zeca Afonso no seu «Canta Camarada Canta».

Viva a malta, trema a terra
Daqui ninguém arredou
Quem há-de tremer na Guerra
Sendo homem como eu sou



  Uma visita até à Foz do Odeleite, viagem longa mas que não vale a pena, A vista linda é do local onde tirei a foto abaixo. Mais uma vez o carro foi burro mas valeu a pena.


  O passo seguinte foi passar a ponte e ir até Ayamonte. Líndissima, com bancos de jardim com motivos em azulejo e espanholas tagarelas até mais não, e ainda falámos nós das portuguesas.


  E assim se passaram os dias. De regresso, uma última olhada para a Ria e esperar que na próxima o tempo ajude.

14.6.07

Gastronomia – Arcos de Valdevez





Arcos de ValdevezCozido à Portuguesa, as Papas de Sarrabulho, os Rojões, o Cabrito Assado, a Costela Barrosã, a Lampreia e o Bacalhau à Violeta.


COZIDO À MINHOTA

Ingredientes:

1/2 galinha gorila;
350g de presunto;
350g de carne de vaca (perna);
salpicão;
250 g de orelheira ou focinho filmados;
1 couve tronchuda;
3 cenouras;
5 batatas;
sal;
pimenta.

Para o arroz:

350 gr de arroz;
1 cebola;
1 dl de azeite;
As asas e o pescoço de frango (ou de 1 galinha);
50 g de presunto;
Sal e pimenta.

Preparação:

  Depois de arranjada, introduz-se a galinha numa panela grande com água fria. Junta-se a carne de vaca e a orelheira (ou o focinho). Quando a galinha estiver meio cozida, metem-se na panela o presunto e o salpicão. Meia hora depois juntam-se as cenouras, as couves e as batatas e deixa-se ferver durante mais meia hora. Para servir, coloca-se a galinha e a carne de vaca cortada aos bocados no centro de uma travessa e à volta põe-se a orelheira e o presunto também cortados aos pedaços, o salpicão às rodelas, as cenouras, as batatas e as couves. O arroz pode ser servido no alguidar em que vai ao forno, ou então moldado no centro da travessa e rodeado por todos os ingredientes.

Preparação do arroz:

  Pica-se a cebola e, num alguidar de barro, aloura-se com o azeite, juntam-se as asas e o pescoço do frango e o presunto cortado aos bocadinhos. Deixa-se refogar. Rega-se o refogado com água – o mesmo volume do arroz –, tempera-se com sal e pimenta, deixa-se levantar fervura e junta-se o arroz lavado e bem escorrido. Logo que levantar fervura, introduz-se o recipiente no forno e deixa-se o arroz cozer até ficar seco e solto.

Sobremesas: - Charutos de Ovos, as Cavacas, o Queijo Brandas da Cachena, os Casadinhos Brancos, e os não menos conhecidos Rebuçados dos Arcos.


Charutos de Ovos

Ingredientes:

Açúcar: 250 g
Amêndoa ralada: 250 g
Ovos: 8
Manteiga: Uma colher

Preparação:

  Põe-se o açúcar ao lume com a água necessária até formar o ponto de cabelo. Deita-se, depois, a amêndoa ralada, as 8 gemas com uma colher de sopa de manteiga e uma casca de limão.

  Deixa-se ferver e deita-se numa travessa a arrefecer. Este é o recheio dos charutos.

  Humedecem-se hóstias com clara de ovo e deita-se-lhes o recheio dentro, enrolando-as de modo a formar charutos que se envolvem em açúcar pilé.