2.4.09

Castelo de Germanelo



  Marius70 depois de Coimbra e da visita às ruínas de Conímbriga, resolve ir até Penela, onde nunca tinha estado.

  Por caminhos arborizados, marius dirige o seu cavalo lentamente admirando a paisagem. Algo se recorta no alto da uma colina, o que seria aquilo? Interroga-se!!! Conforme se vai aproximando verifica que se trata de ruínas, ruínas de um castelo, ruínas de um povo arruinado, o Castelo de Germanelo.



  Sobe lentamente a encosta. A meio deixa a sua montada já cansada de tantos trilhos percorridos, e segue por caminhos tortuosos até ao cimo da colina.

  Dominando sobre o vale do Rio Rabaçal, este Castelo tinha a função da defesa da outrora capital da região, das frequentes investidas dos Mouros.

  Pensa-se que este sítio foi um castro romanizado o que é lógico tal a presença romana na área.

  D. Afonso Henriques criou o concelho de Germanelo e deu-lhe carta de foral em 1142.

  A história do castelo liga-se a uma antiga lenda, segundo a qual havia dois irmãos ("germanelos" = gémeos) gigantes, ferreiros, que viviam cada um no seu monte, um no Melo, a Norte, e outro no Gerumelo, a Sul. Como só dispunham de um único martelo, compartilhavam-no entre si. Certo dia, o Gerumelo, de mau-humor, atirou o martelo com tanta força, que este perdeu o seu cabo no ar. A cabeça de ferro caiu no sopé do monte Melo, onde surgiu uma fonte de águas férreas de onde surgiu a povoação de Fartosa (em 1160 dizia-se Ferratosa e em 1420 já era designada por Ferretosa); o cabo, que era de zambujo, foi espetar-se numa terra a dois quilómetros de distância, fazendo nascer um zambujo, dando origem à povoação de Zambujal.

  Marius subiu até ao Castelo e ficou mais uma vez decepcionado. Aquilo não é um Castelo, aquilo é uma fachada de castelo que se aguenta em pé por razões que a própria razão desconhece.



  O interior da muralha.



  A muralha vista de dentro. Nota-se um passadiço em madeira.



  Nada mais existe senão matagal. Marius desce a colina, um último olhar sobre o outrora castelo (deve ser o último olhar) e segue a caminho de Penela.

Fonte: Wikipedia

Fotos: Marius70


6.2.09

De Volta a Coimbra



Julho de 2008

 Marius depois de sair de Nazaré tinha como destino Figueira da Foz. Mas um percalço na “montada” fez com que ficasse retido por algumas horas para reparação na Zona Industrial da Gala.

 Atravessada a ponte Edgar Cardoso na Figueira eis a caminho de Coimbra. Um jantar com gente amiga estava agendado para esse dia.

 De Coimbra já aqui falei nestas minhas viagens (Aqui). A cidade dos estudantes é sempre uma cidade a visitar, embora me veja sempre com problemas devido à falta de sinalização que nos referencie os locais correctamente. Para ir até à Igreja de S. António de Olivais, ponto de encontro, na freguesia do mesmo nome, marius viu-se e desejou-se para lá chegar. Valeu perguntar aqui e ali pois se fosse por sinalização que não existe ainda hoje estaria à procura.



 O acesso à Igreja faz-se por esta escadaria com seis capelinhas laterais com figuras de barro, representando a vida de Cristo. Um Bom Jesus de Braga em ponto pequeno.


 Mais uma noite passada num Hotel na Avª Emidio Navarro sem hipótese de se dormir mais um pouco pois logo de manhã a luz do dia entra a jorros pelo quarto adentro. Deve ser por falta de dinheiro que os Hotéis não têm estores e assim os visitantes têm que acordar cedo mesmo que não o queiram.

 Uma visita pela cidade. Voltar a ver o Mondego. A ponte e a baixa toda engalanada. O Mosteiro, os jardins, as velhas ruas, as Igrejas, o reboliço de uma cidade que dá sempre vontade de lá voltar. Mas tenho que arranjar alternativa, talvez um GPS, pois na saída de Coimbra rumo a novas paragens tive que voltar para trás pois o meu destino ficava em sentido contrário àquele que ia. Se não encontrasse um polícia de trânsito, que me indicou o caminho correcto, talvez fosse a caminho do Sameiro sem o querer.


 Marius foi visitar, a seguir, as Ruínas Romanas de Conímbriga. Essa visita está documentada no meu "Império Romano", Aqui

Fotos: Marius70

Vídeo: Autor desconhecido

4.1.09

Nazaré



 Uma das situações que irrita sobremaneira Marius70, é o facto dos sites das Câmaras Municipais não divulgarem as músicas do folclore das suas regiões. Com algumas excepções como o do Municipio da Póvoa de Varzim, terra onde nasci e isso é de louvar, é de bradar aos céus o facto de tanto o site do Munícipio de Peniche como o de Nazaré não terem músicas acopladas que são como referências para quem quer visitar esses locais e queira conhecer os seus trajes e o seu folclore. Procurei vezes sem fim o «Vira da Nazaré», uma música que conhecemos desde miúdos mas nada encontrei. Valeu-me o facto de ter um LP do Júlio Pereira, «Cavaquinho» e ter retirado dele a música que estão a ouvir «Não Vás ao Mar Tóino» que é da Nazaré também (na minha pesquisa encontrei esta mesma música como sendo da Beira-Baixa, não sabia que na Beira-Baixa também existia mar, estamos sempre a aprender). Se alguém dos Municípios lê estes meus artigos que não são mais que viagens minhas e ao mesmo tempo de divulgação das terras por onde Marius70 passa, faça o favor de colocar lá músicas do folclore e não só as fitas que o Presidente da Câmara corta. É que isto de beija-mão já lá vai. Divulguem o que de bom se faz para o bem da sua região mas também a sua raiz cultural das danças e cantares que atravessaram gerações. Isso sim é Portugal, o resto é cimento!

Julho 2008

  Mais uma vez Marius70 vai até Nazaré. Várias corridas já ali tinha feito. Ainda no ano anterior tinha ali estado a correr a sua meia-maratona. O mar estava bravio e a espuma desfazia à nossa passagem na Avenida a caminho da Meta. Mas desta vez o sol brilhava e as Marchas desfilavam na Avenida e faziam a sua exibição na Rua Mouzinho de Albuquerque junto aos estabelecimentos de Restauração.

  De perna grossa e bem feita, as nazarenas com os seus trajes garridos, com as mãos nas ancas davam um ar festivo e de folia a esta simpática vila cheia de veraneantes.


  Nazaré não existia no século XVIII, só o Sítio. No entanto o mar recuou abaixo da Pederneira e, os pescadores, aí se instalaram em terra firme. A partir da metade do século XIX das cabanas começou a nascer a povoação e hoje Nazaré com o seu mar pejado de toldos de lona recebe milhares de forasteiros que vão desfrutar do seu mar azul e lindo que se pode ver, na sua plenitude, no Sítio.


  Como tem sido regular, o Hotel escolhido foi o Hotel da Nazaré. Mas como venho a confirmar por todos os Hotéis ou Residenciais onde marius70 pernoita têm um contra, não têm estores e, como é bom de ver, ainda a manhã começa e já a claridade se infiltra dentro do quarto. Para quem desfruta dos locais até bem tarde feita noite não é muito agradável acordar de manhã cedo. Mas é um mal geral de Norte a Sul do País.

  Enquanto se toma o pequeno almoço, no terraço, o nosso olhar estende-se pelo casario, o elevador que nos leva até ao Sítio e o mar que nos envolve.


Sítio

  Do Sítio se conta a bela lenda que D. Fuas Roupinho indo em perseguição de um veado, este se lançou do penhasco e se não fosse a aparição de Nossa Senhora da Nazaré que fez estancar o cavalo mesmo à beira do precipício de tal forma que ficou gravado na rocha a ferradura, teria D. Fuas feito companhia ao veado que, segundo a lenda era o demónio com cornos e tudo, cá embaixo! Em sua memória foi erguida a “Ermida da Memória”, diga-se em abono da verdade muito degradada e com muito cheirinho a fénico. As casas de banho são um bocadinho mais abaixo!

  Tendo Marius70 ido uma vez ao Sítio com o seu irmão mais velho, depois de mais uma meia-maratona, este fez a nazarena contar as sete saias o que ela fez com gosto.

Sete saias trazes
Ao cair da anca
E a blusa branca
Que te está mesmo a matar

Agora os rapazes
Só pedem que caias
Para contarem as saias
Quando tu estás a bailar


Bem atiradiços estes rapazes!!!

 O Sítio da Nazaré é um largo enorme com um belo coreto e terminando com numa varanda junto ao mar (estava proibido o acesso devido a possível derrocada). Pode-se ver a Igreja consagrada a Nossa Senhora da Nazaré e várias residências com bonitas sacadas em ferro fundido e azulejaria de interesse.



 Com locais para venda de artesanato e as nazarenas nos seus carros castiços com venda de tremoços, pevides e outros afins (as gaivotas estavam sempre a tentar “roubar” algum destes produtos, para desespero das nazarenas) ir à Nazaré, com uma gastronomia apetecível, é sempre para Marius70 e para milhares de turistas uma visita agradável.

 De fazer também, um passeio pedreste até ao velho forte, no fim do promontório, e à vizinha Pedra do Guilhim.

 Coloca esta vila no teu roteiro anual, vale a pena!


Fotos e video: Marius70
Fonte consultada: «À Descoberta de Portugal» - Selecções Readers Digest

16.10.08

Quem Passa por Alcobaça...



Quem passa, por Alcobaça
Não passa sem lá voltar
Por mais que tente e que faça
É lembrança que não passa
Porque não pode passar


  Durante anos, em Luanda, ouviu Marius esta canção na voz de Maria de Lurdes Resende. Fui a Alcobaça, voltei a Alcobaça, mas ou é porque a minha forma de ver as cidades e as serras mudou ou Alcobaça já não é o que era.

  Da primeira vez que lá fui senti uma vila viva, movimentada, com artesanato de rua, camionetas de gente sem fim, paradas ao pé do Mercado, em tons de festa, de romaria. Voltei de novo lá, a vila já cidade, parece adormecida, não se vê vivalma pelas suas ruas, a não serem os turistas junto ao Mosteiro, tudo o resto parece deserto. Terei escolhido mal a altura de lá voltar? Talvez!!! Mas como diz e bem a letra da canção, é lembrança que não passa e quem sabe se de novo lá irei voltar.

  Alcobaça começou a ser um castelo árabe, hoje arruinado dele só resta a miragem de um outrora belo castelo.



  Das suas ruínas tem-se uma bela vista sobre a cidade, o Mosteiro e campos adjacentes.

  Alcobaça cresceu no vale do Alcoa e Baça. Os seus rios atravessam a cidade, e se outrora foram rios hoje não passam de riachos. É uma cidade airosa, tendo seu comércio sido quase confinado à área do Mosteiro que apresenta um lugar agradável para passeio e desfrutar dessa obra magnífica de estilo gótico, a primeira a ser construída em território português.

  O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, é uma das Sete Maravilhas de Portugal. Está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional desde 1910.



  Abandonado pelos monges em 1833, o Mosteiro é um dos pontos de atracção turística da cidade. Os seus claustros, a sua fonte, o panteão, as suas gárgulas e os túmulos de D. Pedro I e Dª Inês que, com os pés virados um para o outro, esperam pelo dia do Juízo Final para de novo se levantarem e ficarem frente a frente.

  Os noivos, quando se casam, têm o costume de passarem pelos túmulos a fim de fazerem uma jura de amor eterno, esquecendo que Dª Inês não era esposa mas sim amante do Rei D. Pedro, ver Alcovas Reais I e Alcovas Reais II.



  Alcobaça desde os tempos remotos foi ocupada não só por agricultores pastores que ocuparam as grutas do Carvalhal de Aljubarrota, como pelos povos invasores, Fenícios, Gregos, Cartagineses, os inevitáveis Romanos, os Visigodos e Muçulmanos. Um dia D. Afonso Henriques resolveu vir lá de cima do Condado Portucalense e expulsou-os em 1148.

Quem passa por Alcobaça
Não passa sem lá voltar...


Fotos: marius70 e wikipedia

Fontes consultadas: Município de Alcobaça


24.7.08

Correr Peniche



  De volta a Peniche, Marius relembra as vezes que aí esteve correndo as ruas da cidade à luz das fogueiras.
  Anos depois volta a sentir o convívio à volta da sardinha assada, da pinga bem tirada, do ar festivo que milhares de forasteiros deram à «Corrida das Fogueiras» e «Fogueirinhas».
  Marius corre não por mais uma camisola ou uma medalha mas sim pelo simples prazer de participar pois medalhas tem muitas dentro de uma caixa de cartão. Pena é que muitos não percebam que o facto do dedo grande do pé mexer é mais importante que os vários sacos que conseguem “surrupiar” às organizações. Mas isso são outras histórias, falemos agora de Peniche.


  Peniche tem vestígios pré-históricos nas grutas da Malgasta, Lapa Furada, Cova da Moura (situadas na zona Sudoeste do concelho, no Planalto das Cesaredas) e Gruta da Furninha estas do Paleolítico Médio, que demonstram bem a ocupação desta zona ribeirinha pelas comunidades humanas.

  61 a. C. – Júlio César derrota um grupo de lusitanos que se refugiara numa ilha junto à costa, território possivelmente correspondente à ilha de Peniche.

  Desde então os romanos fizeram sentir a sua presença através do cultivo das férteis terras aluviais contíguas ao Rio de S. Domingos e à Ribeira de Ferrel e na exploração de recursos estuarinos e marinhos.

  No Morraçal da Ajuda foi descoberto um complexo oleiro que teria como principal ocupação a produção de ânforas destinadas ao envase de preparados de peixe.

  Nas Ilhas Berlengas foram descobertas cepos de âncora em chumbo e várias ânforas que significa que nelas se abrigavam as embarcações romanas.


  Peniche era dependente de Atouguia da Baleia outrora Vila muito importante. Curiosa é concessão em 1947 e em 1503 por El-Rei D. Manuel de os penichenses terem a possibilidade de possuírem carniçaria e carniceiro, não sendo obrigados a ir comprar a Atouguia da Baleia a carne que necessitavam, de cortarem a lenha de que as suas casas tivessem necessidade e a possibilidade de semearem a zona do reguengo entre os lugares velho (Gamboa) e novo (Ribeira).

  Foi fortificada em tempos do rei D. João III por volta do século XVI, em 1640 transforma-se em praça-forte. Em 1934, passa a funcionar como prisão política do Estado Novo até Abril de 1974. Hoje o Forte é o Museu Municipal que vale a pena visitar pela história que este Forte encerra desde o material arqueológico, histórico e etnográfico, à espectacular fuga protagonizada por Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues em 3 de Janeiro de 1960.


  Marius deambula pela cidade. A zona portuária em obras indicia novas condições para os pescadores.


  No jardim da cidade, a estátua da rendilheira domina. As rendas (medalha de prata em 1851 e 1861 em Paris, Londres e Porto), já a minha mãe poveira as fazia e é também uma tradição dos vilacondenses, estão à venda num local onde raparigas aprendem a trabalhar com os bilros.


  Uma cidade bonita, onde os restaurantes na Avenida do Mar têm muita diversidade de peixe e marisco e a caldeirada é de chorar por mais.


  Foi difícil arranjar lugar para a pernoita, sinal que os forasteiros eram muitos, mas ali estava a D. Lurdes, nazarena de gema, com um cartão a “oferecer” local para uma noite bem dormida. De todos os locais posteriormente visitados, foi a melhor noite passada.

  Sobre os tais “amigos de Peniche”. Não são os penichenses que são esses tais amigos da onça, mas sim os ingleses que quando lhes foi pedido ajuda contra a invasão dos Filipes de Espanha, desembarcaram em Peniche. Chegada a Lisboa a notícia do desembarque, foi espalhada a novidade entre os partidários, e a segredar-se num anseio de esperança: “vêm aí os nossos amigos… vêm aí os nossos amigos de Peniche…”

  Mas os ingleses durante o percurso até Lisboa nada mais fizeram que pilhar as povoações que lhes apareceram pelo caminho. Chegados a Lisboa foram recebidos a fogo de artilharia dos castelhanos e, assim, os tais "amigos" de Peniche lá foram de orelha murcha para Inglaterra e Portugal foi dominado pela Espanha até que D. João IV, no 1º de Dezembro de 1640, voltou a colocar o país sobre a bandeira portuguesa.

  Uma visita ao Cabo Carvoeiro ver a Nau dos Corvos, ex-libris de Peniche, faz com que a vontade de a visitar seja uma constante.


  Uma passagem pela praia do Baleal e com a promessa de voltar a Peniche, Marius segue a caminho da Nazaré!


Fotos: marius70

Fontes consultadas: Município de Peniche

... E observação directa

14.7.08

Por Terras Alentejanas



  Marius, através da janela visualiza um dia cinzento. A chuva cai de mansinho, não se vêem carros, não se vê vida. Tudo permanece nos seus lares, vendo, como eu, a chuva a cair.

Lagoa de Sto André


  Tantas vezes referido como local aprazível, logo teria que calhar num dia não a visita a este local. Um dia cinzento como foi o Verão passado, foi ver e quase partir. Como a fama gastronómica indica uma boa caldeirada lá Marius quis fazer uma vontade mas os preços astronómicos de alguns Restaurantes fizeram-no desistir da ideia. Em Portugal tenta-se, como a formiga, ganhar no Verão para descansar no Inverno, mas os portugueses não são “bifes” e assim fiquem lá com a caldeirada que em Peniche também se come caldeirada e não àqueles preços.

  Mas lá almoçou num Restaurante no Hotel Al Tarik e ala a caminho de Santiago do Cacém.

  Em Santiago do Cacém, Marius procurava as ruínas romanas de Miróbriga (tema já colocado no Império Romano). Mas, em antes de rumar ao passado, fez questão de subir ao Castelo e desfrutar das vistas sobre a cidade.

  Uma tenda medieval à entrada do Castelo, e uma exposição «No Caminho sob as Estrelas», uma referência à peregrinação a Sant’iago de Compostela, aguardavam-no numa subida íngreme que o “cavalo” de Marius já cansado de tantas estradas, montes e vales percorridos teve dificuldade em lá chegar.

A história de Sant’iago é deveras singular. Pelos vistos, era um dos discípulos de Jesus que até terá passado pela terra de Marius, Póvoa de Varzim. Segundo outras tradições, Santiago aparecia aos cristãos nas batalhas travadas em Espanha contra os mouros daí ter sido apelidado de "Matamoros" (Mata-mouros). Como isto de religião cada um puxa para o seu lado, é sinal que os cristãos não consideravam os mouros filhos do mesmo Deus e vice-versa. E esta luta irá continuar até que no fim só restem um mouro e um cristão. Aí Deus irá escolher um deles para assistir ao fim da Humanidade.

  Uma visita ao Castelo, com as bandeiras desfraldadas e, pela primeira vez, Marius viu um cemitério dentro de um castelo.


  Depois da visita a Miróbriga,que Marius recomenda, há que rumar até ao Algarve. Aberto o mapa, o caminho mais curto pareceu ser o virar à esquerda, mas não era.

  Uma paisagem com árvores frondosas a ladear o caminho. Aqui e ali, lá aparecia uma alma perdida naquela estrada, e Marius sem saber onde estava. Os km corriam e localidades nenhumas. Até que, por fim, lá apareceu uma placa dizendo Alvalade, ufff!... Já não era sem tempo.

  Um desvio e aparece a terra onde romanos já por lá tinham andado tendo deixado o seu legado como várias escavações arqueológicas o demonstram, a estrada romana que atravessava a freguesia de Alvalade, e que estabelecia a ligação entre Miróbriga e Pax Iulia (Beja), assim como a ponte, já muito alterada, situada sobre o antigo leito da Ribeira de Campilhas.

  Paragem em frente à Igreja da Misericórdia e uma visita ao Centro Histórico. Entrar na Igreja Matriz, onde é proibido tirar fotografias, engalanada, ver no altar a imagem de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira, padroeira de Alvalade, um olhar demorado sobre os campos e a ponte romana e como Marius ainda tinha muitos km pela frente, ala que se faz tarde.


  A promessa à amiga Bitu que, para a próxima, Marius irá ver com mais vagar a sua terra.

16.12.07

Gastronomia - Ponte da Barca




Verde e baixos vales, alta serra
Duras, e solitárias penedias
Correntes águas, frescas fontes frias
Testemunhas do mal que em mim s´encerra.


Ponte da Barca Lampreia à Pescador e à Bordalesa, Papas de Sarrabulho, Presunto e boroa de milho, Chanfana de Cabra à moda de Germil, Cabrito da Ermida, Costeleta Barrosã, sopas de leite e rabanadas de mel


Lampreia à Bordalesa

Ingredientes para 6 Pessoas:

  2 Lampreias de tamanho médio; 4 dl de Vinagre tinto; 4 dl de Vinho verde tinto; 8 dentes de Alho; 0,5 kg de Cebola; 1,5 dl de Azeite; 0,5 kg de Arroz; Pão seco qb; Salsa qb; Piri-piri qb; Sal qb; Água qb.

Modo de Preparação:

● Arranja-se a Lampreia e tira-se a tripa. ● Corta-se às postas de 4,5 cm. ● Faz-se uma marinada com o sangue da Lampreia, Vinagre, Vinho, Alho picado, Salsa picada, Sal, Piri-piri a gosto e adiciona-se a Lampreia cortada às postas. ● Fica a marinar durante cerca de uma hora. ● Pica-se a Cebola muito fina para um tacho, rega-se com um fio de Azeite e deixa-se alourar. ● Adiciona-se a Lampreia, juntamente com a marinada, à Cebola refogada e deixa-se estufar até ficar apurada. ● Junta-se água a ferver à medida que vai sendo necessário. ● Rectificam-se os temperos. ● Acompanha com Arroz seco e pão torrado às fatias


Rabanadas de Mel

  Cortam-se as fatias de pão de trigo, que se deixou endurecer, com dois centímetros de espessura.

  Numa panela, põe-se a ferver leite, água, canela, casca de limão, mel, açúcar e noz de manteiga fresca. Em travessa funda, põe-se o pão a demolhar bem, na calda quente. Escorre-se levemente e passa-se por ovos batidos. Frita-se em azeite fino. Tiradas as rabanadas bem loiras, ficam algum tempo a escorrer e servem-se polvilhadas com açúcar e canela.

  Para acompanhar as rabanadas, faz-se um molho com água, vinho do Porto, mel, açúcar amarelo, canela e laranja fresca. Vai tudo a ferver até ficar um xarope grosso e, com ele, quem quiser e gostar, regar as rabanadas. É servido à parte.