7.6.05

Por caminhos Minhotos





  Para trás ficara a Festa das Cruzes. Marius iria continuar a sua viagem rumo ao sul. Fim de tarde. As últimas réstias de luz iluminavam-lhe o caminho.





 A luabrilhava no céu estrelado. Quem sabe se não iria ver a princesa moura a vaguear pelos montes, aqui marius sorri, as lendas têm sempre um fundo de verdade, a imaginação popular faz o resto.

  Passa por Faria, terra bem conhecida pelo feito do seu alcaide-mor D. Nuno Gonçalves que tendo sido feito refém por Castela, que tinha invadido Portugal porque o nosso rei D. Fernando se apaixonara por Leonor Teles quando estava para desposar a filha do rei de Castela quebrando o compromisso que tinha assumido.

 Com receio que o filho, D. Gonçalo, entregasse a fortaleza de Faria, pediu aos castelhanos que o levasse até aos muros do castelo para convencer o filho a entregar a fortaleza sem resistência. Ali chegado D. Nuno exortou-o a defender o Castelo a custo da própria vida amaldiçoando-o caso assim não fizesse. Os castelhanos traídos, mataram o velho alcaide mas tendo sido a luta renhida para os portugueses certo é que os inimigos acabaram por desistir.

  D. Fernando premiou o gesto valoroso de D. Gonçalo mas este abandonou o cargo de alcaide e tornou-se sacerdote. Eram de outra gesta estes portugueses.

  Hoje do Castelo só resta a lembrança pois grande parte das suas pedras, propositadamente arrancadas, servira à construção do modesto convento da Franqueira, erguido ali perto, no sopé do monte.

  Laranjais eram uma constante. Aqui e ali, espigas de milho recortavam-se na noite. O silêncio era de vez em quando, cortado pelo coaxar das rãs que nos pequenos lagos, tentavam captar a atenção das fêmeas para uma nova geração de girinos.

  Passa pela Ponte do Bico, na freguesia de Palmeira, na confluência entre-os-rios Homem e Cavado, onde é costume juntar-se enorme multidão transformando-a numa aprazível praia fluvial. Povoado muito antigo, foi escolhido pelo arcebispo D. José de Bragança para a edificação de um palácio no lugar de Gasparinhos, junto ao rio.

 Estava a chegar a Braga – a Bracara Augusta onde os romanos a tinham transformado num grande empório comercial e numa das cidades mais importantes da época.

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