8.4.10

Torres Novas

De Almourol segue Marius70 em direção a Torres Novas banhada pelo Rio Almonda. Como seria de esperar, esta cidade foi outrora ocupada pelos romanos conforme vestígios arqueológicos encontrados.

Depois de tomada e derrotada várias vezes por quem lá andou, D. Afonso filho de D. Sancho I acabou de uma vez com este saltitar e tomou definitivamente a fortaleza aos muçulmanos.

Marius vai até ao centro da cidade. Cidade pacata, vai deambulando por ali e repara num azulejo no lanço que dá acesso ao Castelo de Torres Novas. Representa uma batalha e tem como base uma lenda, a lenda de Gil Paes.


Segundo a lenda local, à época da invasão castelhana de 1372, o Alcaide-Mor de Torres Novas, Gil Paes teve um de seus filhos aprisionado quando da tomada da vila pelo inimigo. Cercado o castelo, os castelhanos exigiram a sua entrega em troca do filho do Alcaide. Diante da recusa do magistrado em entregar a praça que lhe foi confiada, assistiu à execução do filho diante das portas do castelo (pelos vistos esta lenda é muito comum pois em Faria seria um pai, D. Nuno Gonçalves, refém dos castelhanos, a ser executado perante os olhos do filho, D. Gonçalo, quando D. Nuno exortou o filho a defender o Castelo a custo da própria vida amaldiçoando-o caso assim não fizesse).

Bem marius gostaria de visitar o Castelo mas este estava em obras de restauro, que devido ao terramoto de 1755 ficou muito danificado e depois com a invasão das forças de Napoleão e de um gatuno francês chamado Massena que tudo roubou e destruiu, mais danificado ficou.


Torres Novas tem locais de interesse a visitar, além do Parque Jurássico na Pedreira do Galinha, a Reserva Natural do Paul do Boquilobo, as Grutas da Lapa, várias Igrejas e como vistas admiráveis a Serra de Aires e Candeeiros.

Na gastronomia há a referir as sopas e nas entradas pontificam o queijo de ovelha, a "morcela de arroz" e as "couves com feijão". Nos pratos principais, Torres Novas apresenta as "Sopas de Fressura", o "Requentado com Bacalhau Assado ou Petinga Frita", as "Migas à Pescador", o Cabrito Assado e pratos variados de caça e pesca.
As sobremesas também têm destaque o "Bolo de Cabeça", as "Merendeiras", o "Doce de Amêndoa", os "Pastéis de Feijão" e os Figos. E como quem conduz não bebe e o cavalo de marius não sabe andar sozinho não bebi a “Aguardente de Figo” uma especialidade, fiquei-me pelo licor que também se recomenda.



27 Julho 2010

Torres Novas - II Parte


Por sugestão de António Duarte Rodrigues (que comentou neste tema) regressei hoje a Torres Novas com a finalidade de tirar fotos ao Castelo, visitar demoradamente a cidade, fazer uma visita às Ruínas Romanas de Cardílio e uma possível visita às grutas da Lapa. Esta última visita fica para uma próxima oportunidade pois andar com temperaturas superiores a 40º não é o ideal, além de ter que se pedir à Junta de Freguesia da Lapa para a poder fazer.

O Castelo é lindo por dentro, dos mais bem cuidados que já vi e já visitei muitos castelos por este país afora. As ameias bem cuidadas, um jardim convidativo para um repouso e vistas que se estendem pelas serras que delimitam a cidade.

Um passeio pelos bonitos jardins exteriores, mesmo ao lado do Rio Almonda (está com uma cor que não tem nada a ver com o azulejo que fala de água cristalina), a nora, a ponte romana e o almoço no "Restaurante Mário Alturas" (passe a publicidade), com ar condicionado, cá fora estava uma canícula que nem os patos saíam da sombra, foi bom o regresso a esta cidade. Pena que as Igrejas estivessem fechadas (parece que se tem que pedir à Misericórdia, às Juntas para as poder visitar e até a um nº de telemóvel, está tudo isto referido no panfleto turístico Inspiradescoberta fornecido pelo Posto de Turismo de Torres Novas).


Marius quis também visitar o Museu Municipal Carlos dos Reis onde iria encontrar três grandes núcleos museológicos - arte sacra, pintura (Malhoa), arqueologia, algumas peças oriundas da villa romana de Cardílio e uma adaga (punhal) da Idade do Bronze, considerada das melhores do país, mas o mesmo encontrava-se fechado devido a uma reunião que decorria no Museu mas noutro local, embora um letreiro na porta dissesse que a demora não era muita. Depois de algumas voltas dadas dentro da cidade e como sempre que por lá passava continuava fechado, marius resolveu ir embora pois a pedra romana pode "cozer" ao sol, mas mais de 40º é muito grau mesmo para marius70.

Aqui ficam as fotos e o meu muito Obrigado ao António Rodrigues pelas sugestões dadas.


Fotos: Marius70

22.2.10

O Castelo de Almourol



Marius dirige-se para aquele Castelo que o fascina. Como referiu no tema anterior, o que levara à sua construção no meio do rio Tejo? Para que fim e qual a sua utilidade, já que seria presa fácil de quem o quisesse tomar? Era só cercá-lo e aguardar que os seus habitantes se rendessem pela fome.


O Castelo de Almourol já em 1129 existia, aquando da conquista da região por D. Afonso Henriques.

Foi entregue aos Templários até a sua expulsão de Portugal. Estudos feitos, já os romanos se tinham por lá fortificados no século I A.C., depois vieram os alanos, visigodos e mouros e o Castelo, todos estes povos viu passar.

Pelas pesquisas que Marius fez, o Castelo teria grande influência no comércio náutico entre Lisboa e outros locais. Talvez um sistema de controlo alfandegário dos abastecimentos de e para Lisboa, na época já um grande porto marítimo, embora a capital fosse Coimbra.

O Castelo de Almourol também tem as suas lendas e esta tem muito a ver como os cristãos conquistaram o Castelo.

Lenda de Almorolon

No longínquo séc. XII, pouco antes da chegada de D. Afonso Henriques e seus cavaleiros ao Tejo, o Castelo de Almourol tinha como senhor um emir árabe, de seu nome Almorolon. Terá sido por causa do seu nobre gesto que o castelo ficou com o nome que tem.

O emir habitava no castelo com a sua filha, uma formosa donzela, que enchia de beleza não só o castelo como toda a paisagem à sua volta.

Mas um dia, tão formosa dama apaixonou-se por um jovem cavaleiro cristão, e cega pela paixão, ensinou-lhe como poderia entrar no castelo, durante a noite, para repetidas visitas amorosas.

Numa dessas noites, o jovem cristão, não foi sozinho, e abriu as portas do castelo para um exército invadir esse bastião dos mouros.

Foi de forma traiçoeira que o castelo foi conquistado.

Mas no final, o amor de pai foi mais forte e perdoou a inconsciência de sua filha. Preferindo a morte ao cativeiro, Almorolon e sua filha, lançaram-se abraçados das muralhas do castelo ao rio.


Marius, vai até junto ao rio. O barqueiro anda por ali tentando levar alguém para dar uma vista de olhos ao Castelo. Mas este estava em obras de restauração e não se podia sentir de perto a história emanada das suas muralhas. Olha para aquele bocado de terra granítica onde sobressai um Castelo dos mais lindos que já viu durante o seu percurso por terras de Portugal .

O rio Tejo bonançoso espelhava toda aquela magnitude no seu leito. O murmúrio das suas águas faziam com que se olhasse para aquelas torres, filtradas pela luz do sol no seu ocaso.

Marius se tivesse que ficar ali ouviria por certo, de noite, a moura encantada, chamando pelo seu cavaleiro amado.

Mas teria que partir, outras terras o aguardavam, olhando para o Castelo que tanto o fascinou, pegou no seu cavalo e partiu rumo a Torres Novas.

Foto: Marius70 Fontes consultadas: Castelo de Almourol

9.1.10

Tancos e o Tejo



Depois de saído de Tomar, Marius70, vai a caminho de um castelo que há muito desejava ver, o Castelo de Almourol. Fazia-lhe confusão o facto de haver um Castelo no meio de um rio. Qual a finalidade, já que não estava a ver que, para defender uma determinada região, tivesse que se fazer um castelo num local que seria de difícil defesa às populações locais.

A seu lado o rio Tejo corria. Uma Igreja sobressaía na paisagem, uma subida íngreme e eis que Marius se encontra em Tancos junto à sua Igreja Matriz.



Foi mandada construir no século XVI, pensa-se que por cima de uma outra edificação muito mais antiga, é dedicado a N.S da Conceição. Como estava fechada, Marius aproveitou para ver dali, o Tejo e uma outra povoação do outro lado, a aldeia do Arrepiado.



Tancos foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. É conhecido pelo seu Polígono Militar, certo é que se há militares na zona, Marius não viu nenhum.

Não há provas da origem do nome desta freguesia de V. N. Barquinha. Pensa-se que Tancos teria sido fundada por cavaleiros francesas que vieram ajudar D. Afonso Henriques na luta contra os Mouros, e que o nome Tancos seja uma deturpação de Francos (ou franceses) mas, segundo outras versões, o nome deriva de Tabucos, povos da antiga Lusitânia, que ali se estabeleceram.

Como a povoação encontrava-se "adormecida", um último olhar em redor e lá divisou o Castelo que tanto o fascinava, o Castelo de Almourol.



Fotos: Marius70
Fontes consultadas:
Tancos Civil
Geocaching