7.12.18

Famões - Moinho da Laureana

Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes."

Goethe

Em demanda por terras de “Ide vê-las” (Odivelas)

Famões - Moinho da Laureana

Morador desde 1979 em Famões, conheci este moinho situado no outeiro Gertrudes da Velha (edificado no segundo quartel do séc. XVIII), ainda ele era uma ruína. Tinha cumprido a sua função e há muito que estava ao abandono. Tive o cuidado de, na altura, o ver por dentro e aquilo era só lixo e parte da sua estrutura estava derrubada.

Curiosamente a sua recuperação e o ser hoje ex-libris de Famões (elevada a vila em 2001), deve-se às eleições para a Junta de Freguesia. Um determinado partido mandou recuperar o moinho, alindou a zona, tornou o espaço num lugar aprazível e de lazer e... perdeu as eleições.

Inicialmente estava pensado para ser um local de turismo rural, mas a vida dá voltas que as varas do moinho já não dão, e hoje é um núcleo museológico.

Quem passa por Famões e dá a volta à rotunda para a Pontinha ou Odivelas, pouco lhe diz este moinho. A vida stressante não se compadece com uma paragem e um ver com olhos de ver, esta maravilha, mas ele, o moinho, está lá para quem caminha e queira ver, porque não basta só caminhar.

8.4.10

Torres Novas

De Almourol segue Marius70 em direção a Torres Novas banhada pelo Rio Almonda. Como seria de esperar, esta cidade foi outrora ocupada pelos romanos conforme vestígios arqueológicos encontrados.

Depois de tomada e derrotada várias vezes por quem lá andou, D. Afonso filho de D. Sancho I acabou de uma vez com este saltitar e tomou definitivamente a fortaleza aos muçulmanos.

Marius vai até ao centro da cidade. Cidade pacata, vai deambulando por ali e repara num azulejo no lanço que dá acesso ao Castelo de Torres Novas. Representa uma batalha e tem como base uma lenda, a lenda de Gil Paes.


Segundo a lenda local, à época da invasão castelhana de 1372, o Alcaide-Mor de Torres Novas, Gil Paes teve um de seus filhos aprisionado quando da tomada da vila pelo inimigo. Cercado o castelo, os castelhanos exigiram a sua entrega em troca do filho do Alcaide. Diante da recusa do magistrado em entregar a praça que lhe foi confiada, assistiu à execução do filho diante das portas do castelo (pelos vistos esta lenda é muito comum pois em Faria seria um pai, D. Nuno Gonçalves, refém dos castelhanos, a ser executado perante os olhos do filho, D. Gonçalo, quando D. Nuno exortou o filho a defender o Castelo a custo da própria vida amaldiçoando-o caso assim não fizesse).

Bem marius gostaria de visitar o Castelo mas este estava em obras de restauro, que devido ao terramoto de 1755 ficou muito danificado e depois com a invasão das forças de Napoleão e de um gatuno francês chamado Massena que tudo roubou e destruiu, mais danificado ficou.


Torres Novas tem locais de interesse a visitar, além do Parque Jurássico na Pedreira do Galinha, a Reserva Natural do Paul do Boquilobo, as Grutas da Lapa, várias Igrejas e como vistas admiráveis a Serra de Aires e Candeeiros.

Na gastronomia há a referir as sopas e nas entradas pontificam o queijo de ovelha, a "morcela de arroz" e as "couves com feijão". Nos pratos principais, Torres Novas apresenta as "Sopas de Fressura", o "Requentado com Bacalhau Assado ou Petinga Frita", as "Migas à Pescador", o Cabrito Assado e pratos variados de caça e pesca.
As sobremesas também têm destaque o "Bolo de Cabeça", as "Merendeiras", o "Doce de Amêndoa", os "Pastéis de Feijão" e os Figos. E como quem conduz não bebe e o cavalo de marius não sabe andar sozinho não bebi a “Aguardente de Figo” uma especialidade, fiquei-me pelo licor que também se recomenda.



27 Julho 2010

Torres Novas - II Parte


Por sugestão de António Duarte Rodrigues (que comentou neste tema) regressei hoje a Torres Novas com a finalidade de tirar fotos ao Castelo, visitar demoradamente a cidade, fazer uma visita às Ruínas Romanas de Cardílio e uma possível visita às grutas da Lapa. Esta última visita fica para uma próxima oportunidade pois andar com temperaturas superiores a 40º não é o ideal, além de ter que se pedir à Junta de Freguesia da Lapa para a poder fazer.

O Castelo é lindo por dentro, dos mais bem cuidados que já vi e já visitei muitos castelos por este país afora. As ameias bem cuidadas, um jardim convidativo para um repouso e vistas que se estendem pelas serras que delimitam a cidade.

Um passeio pelos bonitos jardins exteriores, mesmo ao lado do Rio Almonda (está com uma cor que não tem nada a ver com o azulejo que fala de água cristalina), a nora, a ponte romana e o almoço no "Restaurante Mário Alturas" (passe a publicidade), com ar condicionado, cá fora estava uma canícula que nem os patos saíam da sombra, foi bom o regresso a esta cidade. Pena que as Igrejas estivessem fechadas (parece que se tem que pedir à Misericórdia, às Juntas para as poder visitar e até a um nº de telemóvel, está tudo isto referido no panfleto turístico Inspiradescoberta fornecido pelo Posto de Turismo de Torres Novas).


Marius quis também visitar o Museu Municipal Carlos dos Reis onde iria encontrar três grandes núcleos museológicos - arte sacra, pintura (Malhoa), arqueologia, algumas peças oriundas da villa romana de Cardílio e uma adaga (punhal) da Idade do Bronze, considerada das melhores do país, mas o mesmo encontrava-se fechado devido a uma reunião que decorria no Museu mas noutro local, embora um letreiro na porta dissesse que a demora não era muita. Depois de algumas voltas dadas dentro da cidade e como sempre que por lá passava continuava fechado, marius resolveu ir embora pois a pedra romana pode "cozer" ao sol, mas mais de 40º é muito grau mesmo para marius70.

Aqui ficam as fotos e o meu muito Obrigado ao António Rodrigues pelas sugestões dadas.


Fotos: Marius70

22.2.10

O Castelo de Almourol



Marius dirige-se para aquele Castelo que o fascina. Como referiu no tema anterior, o que levara à sua construção no meio do rio Tejo? Para que fim e qual a sua utilidade, já que seria presa fácil de quem o quisesse tomar? Era só cercá-lo e aguardar que os seus habitantes se rendessem pela fome.


O Castelo de Almourol já em 1129 existia, aquando da conquista da região por D. Afonso Henriques.

Foi entregue aos Templários até a sua expulsão de Portugal. Estudos feitos, já os romanos se tinham por lá fortificados no século I A.C., depois vieram os alanos, visigodos e mouros e o Castelo, todos estes povos viu passar.

Pelas pesquisas que Marius fez, o Castelo teria grande influência no comércio náutico entre Lisboa e outros locais. Talvez um sistema de controlo alfandegário dos abastecimentos de e para Lisboa, na época já um grande porto marítimo, embora a capital fosse Coimbra.

O Castelo de Almourol também tem as suas lendas e esta tem muito a ver como os cristãos conquistaram o Castelo.

Lenda de Almorolon

No longínquo séc. XII, pouco antes da chegada de D. Afonso Henriques e seus cavaleiros ao Tejo, o Castelo de Almourol tinha como senhor um emir árabe, de seu nome Almorolon. Terá sido por causa do seu nobre gesto que o castelo ficou com o nome que tem.

O emir habitava no castelo com a sua filha, uma formosa donzela, que enchia de beleza não só o castelo como toda a paisagem à sua volta.

Mas um dia, tão formosa dama apaixonou-se por um jovem cavaleiro cristão, e cega pela paixão, ensinou-lhe como poderia entrar no castelo, durante a noite, para repetidas visitas amorosas.

Numa dessas noites, o jovem cristão, não foi sozinho, e abriu as portas do castelo para um exército invadir esse bastião dos mouros.

Foi de forma traiçoeira que o castelo foi conquistado.

Mas no final, o amor de pai foi mais forte e perdoou a inconsciência de sua filha. Preferindo a morte ao cativeiro, Almorolon e sua filha, lançaram-se abraçados das muralhas do castelo ao rio.


Marius, vai até junto ao rio. O barqueiro anda por ali tentando levar alguém para dar uma vista de olhos ao Castelo. Mas este estava em obras de restauração e não se podia sentir de perto a história emanada das suas muralhas. Olha para aquele bocado de terra granítica onde sobressai um Castelo dos mais lindos que já viu durante o seu percurso por terras de Portugal .

O rio Tejo bonançoso espelhava toda aquela magnitude no seu leito. O murmúrio das suas águas faziam com que se olhasse para aquelas torres, filtradas pela luz do sol no seu ocaso.

Marius se tivesse que ficar ali ouviria por certo, de noite, a moura encantada, chamando pelo seu cavaleiro amado.

Mas teria que partir, outras terras o aguardavam, olhando para o Castelo que tanto o fascinou, pegou no seu cavalo e partiu rumo a Torres Novas.

Foto: Marius70 Fontes consultadas: Castelo de Almourol

9.1.10

Tancos e o Tejo



Depois de saído de Tomar, Marius70, vai a caminho de um castelo que há muito desejava ver, o Castelo de Almourol. Fazia-lhe confusão o facto de haver um Castelo no meio de um rio. Qual a finalidade, já que não estava a ver que, para defender uma determinada região, tivesse que se fazer um castelo num local que seria de difícil defesa às populações locais.

A seu lado o rio Tejo corria. Uma Igreja sobressaía na paisagem, uma subida íngreme e eis que Marius se encontra em Tancos junto à sua Igreja Matriz.



Foi mandada construir no século XVI, pensa-se que por cima de uma outra edificação muito mais antiga, é dedicado a N.S da Conceição. Como estava fechada, Marius aproveitou para ver dali, o Tejo e uma outra povoação do outro lado, a aldeia do Arrepiado.



Tancos foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. É conhecido pelo seu Polígono Militar, certo é que se há militares na zona, Marius não viu nenhum.

Não há provas da origem do nome desta freguesia de V. N. Barquinha. Pensa-se que Tancos teria sido fundada por cavaleiros francesas que vieram ajudar D. Afonso Henriques na luta contra os Mouros, e que o nome Tancos seja uma deturpação de Francos (ou franceses) mas, segundo outras versões, o nome deriva de Tabucos, povos da antiga Lusitânia, que ali se estabeleceram.

Como a povoação encontrava-se "adormecida", um último olhar em redor e lá divisou o Castelo que tanto o fascinava, o Castelo de Almourol.



Fotos: Marius70
Fontes consultadas:
Tancos Civil
Geocaching

13.10.09

Tomar - A cidade dos Templários



Já não era a primeira vez que Marius70 visitava a cidade dos Templários. Já ali tinha ido ver a “Festa dos Tabuleiros” há muitos anos atrás e já ali voltara em dia de temporal, onde o Rio Nabão corria “furioso” nas suas margens arrastando o que a Natureza e o povo deita para o seu leito. Depois queixam-se dos rios galgarem as margens quando tudo está entupido pelo desleixo e porcarias, desde pneus, lixo doméstico e entulho de obras que para lá mandam.

Mas desta vez Tomar estava “linda”. Tinha chegado a hora de arrumar o transporte, mas a cidade estava em obras e o que era verde depressa se tornou branquinho, devido ao pó levantado pelas máquinas em movimento. Mas o cavalo de marius já está habituado e assim ali ficou.

Depois de arranjado alojamento o habitual passeio pela cidade.

Tomar (origem árabe do nome Thomar: “Tamaramá”, doces águas) foi conquistada ao Mouros por D. Afonso Henriques em 1147. Foi doada por este monarca aos Templários em 1159. D Gualdim Pais concedeu-lhe foral em 1162.

Depois dos Templários terem sido expulsos em 1312 por decisão do Papa João XXII que queria esta Ordem fora da Europa, foi fundada a Ordem de Militar de Cristo. No Castelo de Tomar viveu o Infante D. Henrique e foi elevada a cidade em 1844 na sequência da visita da Rainha D. Maria II.

Marius deambulou pelos seus jardins, atravessou a ponte Romana (Os romanos fundaram a cidade de Sellium cuja planta ortogonal decorre da perpendicularidade dos característicos eixos cardus e decumanus que determinavam a organização urbanística das cidades romanas), foi até ao Castelo...


... ao Convento de Cristo.


Na residencial onde esteve, na sala, um tabuleiro dava as boas-vindas.


Há que referir aqui uma situação que aconteceu e que é de realçar. Compradas umas caixas de doces com amêndoa numa Pastelaria em Tomar, chegados a Lisboa verificou-se que os bolos por dentro estavam bolorentos. Feito um telefonema para a Pastelaria, logo os responsáveis de imediato resolveram a situação. No dia seguinte, o carteiro bate à porta com caixas de doces enviados por essa Pastelaria.

Os meus agradecimentos e Parabéns à Pastelaria "Estrelas de Tomar" pela atitude.


Pelos meados do século VII, aqui houve conventos de freiras e frades, datando dessa época o episódio visigótico e lendário do martírio de Santa Iria.

A lenda de Santa Iria

Numa quinta dos arredores da cidade de Nabância, viviam Hermegido e Eugénia, ele descendente de uma família nobre goda, ela representante de uma opulenta gens romana. Tiveram uma filha de nome Iria, Irene ou Ireia, tão rica em dotes físicos como morais, cuja educação fora confiada a suas tias paternas, Casta e Júlia, monjas do convento beneditino de Santa Clara.
Quando a jovem atingiu a adolescência, Célio, o abade beneditino, seu tio materno, confiou a sua educação ao monge Remígio que considerava digno de tão delicada missão.
Iria cedo reuniu a simpatia das religiosas e das pessoas da povoação, em especial dos moços e fidalgos, que disputavam entre si as virtudes da noviça, entre os quais se destacava o jovem Britaldo que, rendido a tanta beleza, se apaixonou loucamente. Esta, por que tencionava dedicar a vida ao serviço de Deus, sempre repeliu as suas propostas amorosas.
Britaldo, louco de amor, adoeceu. Iria, movida pela caridade cristã, consolou-o e convenceu-o da impossibilidade do seu casamento, pois fizera voto de virgindade.
Dos amores de Britaldo teve conhecimentoo monge Remígio, a quem a beleza da donzela também lhe não era indiferente. Louco de ciúmes, o monge fez com que Iria tomasse uma tisana embruxada, provocando-lhe sinais de gravidez. Britaldo, julgando-se ludibriado encarregou um seu subordinado de matar Iria.
E assim, a 20 de Outubro de 653, quando Iria rezava devotamente as suas orações numa capelinha junto ao rio Nabão,Banaão, o vil sicário, enterrou-lhe no peito um punhal, lançando o seu corpo às águas.
O corpo de Iria, segundo reza a lenda foi indo rio abaixo, sendo repelido na Barquinha, afastado da Chamusca, indo parar finalmente em Scalabis, onde milagrosamente a envolveu um sepulcro de mármore.
A partir daí Scalabis tomou o nome da Santa Virgem e Mártir, Sant'Irene, hoje Santarém.

P.S. - A Feira de Santa Iria decorre em Tomar de 16 a 25 Outubro de 2009.

Programa das Festas: - Divertimentos - Venda ambulante - Animação na Várzea Grande - Tasquinhas no mercado municipal - Feira das Passas na Praça da República.
No dia 20, dia de Santa Iria, realiza-se a partir das 10 horas a habitual procissão com as crianças das escolas desde a igreja de Santa Maria dos Olivais até à ponte velha. (Informação fornecida por F.R.. Obrigado!)


À partida, um olhar sobre a cidade, marius espera de novo lá voltar mas sem o pó das obras no ar, e parte a caminho do Castelo de Almourol.

Fotos: Marius70

Fontes consultadas: Câmara Municipal de Tomar DREC

2.9.09

Penela



Marius admira o verde desta zona do país. A paz e o sossego acompanhou-o através de uma estrada onde parecia que não havia mais ninguém. Pouco depois avista um Castelo erguido sobre um penhasco, tinha chegado a Penela (a designação poderá derivar do étimo celta de penna - que significa pequeno penhasco).


Este castelo é, depois do de Montemor-o-Velho, o mais amplo e forte que resta da linha defensiva do Mondego. Já os romanos tinham em conta a importância estratégica deste outeiro onde vigiavam a estrada Mérida-Conímbriga-Braga. Depois da ocupação árabe em 716, foi o Conde D. Sesnando, primeiro governador de Coimbra, que mandou erigir no local o Castelo depois da reconquista em 1064 pelas tropas de Fernando Magno. Como através dos tempos o Castelo deixou de ser prestável nada melhor que o povo retirar as pedras para construir as suas habitações ou o curral para os porcos e assim se foi a Torre de Menagem.

Felizmente em 1940 o Castelo foi restaurado, retirado todo o casario encostado às muralhas e em 1992, e já a cargo do IPPAR procedeu-se à pavimentação dos acessos e da circulação interior do castelo, à limpeza, recuperação e consolidação das muralhas.

Marius já viu Castelos em pior estado, e é sempre grato saber que algo é feito para preservar a nossa identidade nacional e assim o IPPAR está de parabéns.

Todas os Castelos têm a sua "Porta da Traição", quase sempre virada para os campos para rápida saída quando a ocupação do Castelo se tornava iminente. Muitas vezes era por aí que entravam os sitiantes e, segundo a lenda, foi por essa porta que entrou o Infante D. Afonso Henriques e tomou o Castelo aos mouros. É que os mouros saíram para dar de beber ao gado, D. Afonso, que se encontrava emboscado, agradeceu tamanha oferta e enquanto o gado saía D. Afonso entrava.


Foi em Penela que foi degolado o primo de Dª Leonor Teles o alcaide D. João Afonso Telo, na crise 1383/85, por ter tomado o partido de Dona Beatriz, mulher do rei de Castela, com pretensões ao trono português. O alcaide saiu a cavalo para fazer a cobrança de alimentos, caiu e nessa altura foi aproveitado para a sua degola. Penela passou-se para as hostes do Mestre de Avis.

Das suas muralhas marius observa a paisagem envolvente e satisfeito pelo que lhe foi dado a observar, pega no seu cavalo lusitano e vai a caminho de Tomar.


P.S. - De 4 a 6 de Setembro na Vila de Espinhal irá decorrer a XX Feira do Mel. Uma oportunidade privilegiada para provar o mel produzido na região e alguns dos seus doces derivados, designadamente, os licores e aguardentes, o vinagre, as velas de cera de abelha ou as compotas e doces.

Fotos: Marius70
Fontes consultadas: «À Descoberta de Portugal» - Selecções Readers Digest

Portugal Notável

Câmara Municipal de Penela

2.4.09

Castelo de Germanelo



  Marius70 depois de Coimbra e da visita às ruínas de Conímbriga, resolve ir até Penela, onde nunca tinha estado.

  Por caminhos arborizados, marius dirige o seu cavalo lentamente admirando a paisagem. Algo se recorta no alto da uma colina, o que seria aquilo? Interroga-se!!! Conforme se vai aproximando verifica que se trata de ruínas, ruínas de um castelo, ruínas de um povo arruinado, o Castelo de Germanelo.



  Sobe lentamente a encosta. A meio deixa a sua montada já cansada de tantos trilhos percorridos, e segue por caminhos tortuosos até ao cimo da colina.

  Dominando sobre o vale do Rio Rabaçal, este Castelo tinha a função da defesa da outrora capital da região, das frequentes investidas dos Mouros.

  Pensa-se que este sítio foi um castro romanizado o que é lógico tal a presença romana na área.

  D. Afonso Henriques criou o concelho de Germanelo e deu-lhe carta de foral em 1142.

  A história do castelo liga-se a uma antiga lenda, segundo a qual havia dois irmãos ("germanelos" = gémeos) gigantes, ferreiros, que viviam cada um no seu monte, um no Melo, a Norte, e outro no Gerumelo, a Sul. Como só dispunham de um único martelo, compartilhavam-no entre si. Certo dia, o Gerumelo, de mau-humor, atirou o martelo com tanta força, que este perdeu o seu cabo no ar. A cabeça de ferro caiu no sopé do monte Melo, onde surgiu uma fonte de águas férreas de onde surgiu a povoação de Fartosa (em 1160 dizia-se Ferratosa e em 1420 já era designada por Ferretosa); o cabo, que era de zambujo, foi espetar-se numa terra a dois quilómetros de distância, fazendo nascer um zambujo, dando origem à povoação de Zambujal.

  Marius subiu até ao Castelo e ficou mais uma vez decepcionado. Aquilo não é um Castelo, aquilo é uma fachada de castelo que se aguenta em pé por razões que a própria razão desconhece.



  O interior da muralha.



  A muralha vista de dentro. Nota-se um passadiço em madeira.



  Nada mais existe senão matagal. Marius desce a colina, um último olhar sobre o outrora castelo (deve ser o último olhar) e segue a caminho de Penela.

Fonte: Wikipedia

Fotos: Marius70